A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou ontem (21), a campanha: “É Tempo de Cuidar do Rio Grande do Sul”, com vistas a ajudar o Estado que sofre com as consequências das enchentes que o assolam há quase um mês devido às fortes chuvas.

O bispo auxiliar de Brasília, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse em vídeo que a campanha foi criada “para nos unirmos em oração, divulgarmos informações seguras e motivar ainda mais solidariedade” ao Rio Grande do Sul que ainda “está em estado de calamidade”.

Dom Ricardo também ressaltou que “o povo brasileiro” já “tem demonstrado um impressionante espírito de cooperação e de solidariedade, oferecendo ajuda e apoio ao povo rio-grandense” e destacou que a “nossa oração e nossa doação geram uma esperança” e por isso, convida os fiéis a participarem desta campanha através do hot site desta ação.

O hot site da campanha “É Tempo de Cuidar do Rio Grande do Sul” foi organizado pela Assessoria de Comunicação da CNBB e disponibiliza três eixos para a participação dos fiéis nesta ação: a oração, a solidariedade e a informação. Na parte da oração, os fiéis encontram promoções permanentes de oração da CNBB e da igreja no Brasil em intenção aos gaúchos e também podem compartilhar “suas iniciativas de oração por meio da hashtag #EuRezoPeloRS”.

No eixo solidariedade, a conferência incentiva doações através da chave pix do regional Sul 3 da CNBB: 33.685.686.0010-41 (CNPJ) e também a divulgação da plataforma “AJUDARS” da pastoral da comunicação do Rio Grande do Sul que centraliza informações sobre as necessidades de doações das dioceses, paróquias, comunidades, escolas e demais entidades do Sul do Brasil.

O terceiro eixo divulga “conteúdos e informações corretas” do que ocorre nas localidades afetadas pelas fortes chuvas e também as “iniciativas em curso pela igreja no Brasil” ao Rio Grande do Sul.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da CNBB que é constituído pela presidência da Conferência e os presidentes das comissões episcopais se reuniram ontem (21), de modo virtual e também falaram sobre as consequências das fortes chuvas e enchentes no Estado do Rio Grande do Sul.

Para o arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, presidente da CNBB “o que se vive” no Rio Grande do Sul “é reflexo de algo que se vem debatendo há muito tempo, mas não com a seriedade necessária”, e também percebe dificuldades do poder público em encontrar soluções e avaliar a própria atuação. Ele também ressaltou que a principal tarefa agora é “esperançar” o povo gaúcho e agradeceu a proximidade dos demais brasileiros ao povo do Sul e destacou: “O que nossas comunidades estão fazendo, é algo extraordinário. O desejo de liberdade e a criatividade do povo gaúcho, testemunhamos nas bases”.

Segundo arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, presidente do Regional Sul 3 da CNBB, “não se pode apenas reconstruir o Estado do Rio Grande do Sul”, mas seria necessário “construir de uma nova forma”, na qual  “as autoridades” deveriam escutar “os especialistas nas diversas áreas para prevenir os desastres futuros”.

Dom Leomar Antônio também informou que, “com a diminuição do nível da água”, o Sul do país entra em uma nova fase, com outros desafios sérios, especialmente sobre a questão da saúde, como “a leptospirose”, pois as pessoas podem entrar em contato com a urina de ratos ao limparem suas casas ou andando pelas ruas. O arcebispo ainda relatou outras duas preocupações: “os crimes” que estão ocorrendo no Estado, mesmo com as enchentes e também “a politização da enchente”, em que alguns políticos estão “usando a tragédia em vista das eleições municipais”.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou hoje (22), às 9h, em seu boletim diário, que os estragos das fortes chuvas afetaram 467 dos seus 497 municípios, cerca de 93% do Estado. Até o momento foram registradas 161 mortes, 806 pessoas feridas, 82 desaparecidas e mais de 581 mil desabrigadas. Foram resgatadas mais de 82 mil pessoas e mais de 12 mil animais.

O nível do Guaíba, que chegou à marca de 5,33 metros, no dia 6 de maio, às 20h, tem caído nos últimos dias. Hoje (22), o nível do lago marcou 3,91 metros. Mas o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu ontem (21), novos alertas de tempestades no Rio Grande do Sul, informando que as chuvas retornam com força ao Estado e a partir da quinta-feira (23), terá uma nova onda de frio que vai derrubar as temperaturas do Sul do país.