O papa Francisco foi hoje (18) à Penitenciária de Montorio, em Verona, Itália, onde se encontrou com os presos.

“Para mim, entrar em uma penitenciária é sempre um momento importante, porque o presídio é um lugar de grande humanidade. De humanidade provada, às vezes exausta pelas dificuldades, sentimento de culpa, julgamentos, incompreensões e sofrimento, mas ao mesmo tempo repleta de força, de desejo de perdão, de vontade de redenção”, disse o papa.

A seguir, o discurso completo do papa Francisco:

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Agradeço à Diretora por sua acolhida e a todos vocês, pelo calor, pela festa e pelo afeto que demonstram por mim. Uma saudação também a todos os que trabalham neste instituto: os agentes de custódia, educadores, profissionais de saúde, equipe administrativa e voluntários. Eu queria muito encontrar vocês, todos juntos.

Para mim, entrar em uma penitenciária é sempre um momento importante, porque o presídio é um lugar de grande humanidade. De humanidade provada, às vezes exausta pelas dificuldades, sentimento de culpa, julgamentos, incompreensões e sofrimento, mas ao mesmo tempo repleta de força, de desejo de perdão, de vontade de redenção.

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E essa humanidade, aqui, em todos vocês, em todos nós, está presente hoje o rosto de Cristo, o rosto do Deus da misericórdia e do perdão.

Conhecemos a situação dos presídios, que muitas vezes estão superlotados, resultando em tensões e dificuldades. Por isso, quero dizer-lhes que estou perto de vocês e renovo o apelo, especialmente àqueles que podem agir nesse âmbito, para que continuem a trabalhar pela melhoria da vida carcerária.

Acompanhando as notícias da instituição, com tristeza fiquei sabendo que infelizmente aqui, recentemente, algumas pessoas, em um gesto extremo, desistiram de viver. Esse é um ato terrível, ao qual só o desespero e a dor insuportáveis podem causar. Portanto, ao me unir em oração às famílias e a todos vocês, quero convidá-los a não se entregar ao desânimo. A vida sempre é digna de ser vivida, e sempre há esperança para o futuro, mesmo quando tudo parece se apagar. Nossa existência, a de cada um de nós, é importante, é um dom único para nós e para os outros, para todos, e sobretudo para Deus, que nunca nos abandona e que, de fato, sabe escutar, se alegrar e chorar conosco. Com Ele ao nosso lado, podemos vencer o desespero e viver cada instante como o tempo oportuno para recomeçar. Portanto, nos momentos piores, não nos fechemos em nós mesmos: falemos com Deus de nossa dor e ajudemo-nos uns aos outros a superá-la, com os companheiros de caminhada e com as pessoas boas que estão ao nosso lado. Não é fraqueza pedir ajuda: façamos isso com humildade e confiança. Todos nós precisamos uns dos outros, e todos temos o direito de ter esperança, além de cada história e de cada erro ou fracasso.

Dentro de poucos meses, iniciará o Ano Santo: um ano de conversão, de renovação e de libertação para toda a Igreja; um ano de misericórdia, no qual deixaremos de lado o lastro do passado e renovaremos o impulso em direção ao futuro; no qual celebraremos a possibilidade de uma mudança, de ser e, quando necessário, de voltar a ser verdadeiramente nós mesmos, dando o melhor. Seja também esse um sinal que nos ajude a nos reerguer e a tomar nas mãos, com confiança, todos os dias, a nossa vida.

Queridos amigos e amigas, obrigado por este encontro. Continuemos a caminhar juntos, porque o amor nos une além de qualquer tipo de distância. Recordo-me de vocês em minha oração e peço-lhes, por favor, que rezem também por mim. Obrigado.