Enquanto a maioria das pessoas associa santa Catarina de Sena à cidade montanhosa italiana de Siena, a doutora da Igreja, que fazia parte da ordem dos dominicanos, é uma das padroeiras de Roma e passou os seus últimos anos na cidade, onde se pode visitar o seu túmulo e o quarto onde morreu. 

Localizado ao lado do Panteão, o túmulo de santa Catarina de Sena fica no altar-mor da basílica de Santa Maria Sopra Minerva, sob o impressionante teto abobadado azul e dourado da única igreja de Roma com o interior em estilo gótico.

Os visitantes podem estender a mão e tocar o túmulo de mármore enquanto rezam ajoelhados atrás do altar, e muitos deixam pequenos pedaços de papel rabiscados com intenções de oração em cima do sarcófago. 

O local exato onde santa Catarina morreu é ainda menos conhecido que o seu túmulo. Ele fica a dois minutos da basílica na via di Santa Chiara. O edifício onde Santa Catarina viveu em Roma com alguns de seus seguidores foi substituído por um teatro, a Opera Lirica di Roma.

Escondida dentro do edifício do teatro está uma pequena capela dourada dedicada a santa Catarina que marca o local onde ela morreu em Roma. As pessoas que desejam visitar podem simplesmente passar por aqui e dizer à irmã Catherine Joseph Droste, irmã dominicana de Santa Cecília em Nashville, no Tennessee, e professora de teologia na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino (Angelicum), em Roma. Em entrevista no túmulo de Santa Catarina à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, ao qual pertence ACI Digital, Drostef falou sobre a importância de santa Catarina para Roma.

“Catarina é co-padroeira de Roma com Pedro e Paulo por causa de seu papel em ajudar o papado a retornar a Roma”, disse Droste.

Quando Catarina nasceu em 1347, o papa morava em Avignon, na França. Catarina foi inflexível quanto à necessidade de o papa voltar a Roma, tanto que foi a Avignon e conversou com o papa Gregório XI, encorajando-o a cumprir uma promessa secreta que tinha feito de que, se se tornasse papa, devolveria o papado a Roma.

Gregório finalmente atendeu ao seu pedido e voltou a Roma em 1370, mas durante o reinado do seu sucessor, o papa Urbano VI, cardeais franceses descontentes com os esforços reformistas de Urbano elegeram um antipapa em Avignon.

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“Urbano pede a Catarina que venha a Roma, então ela veio a Roma no final de 1378 para ajudar Urbano na reforma”, explicou Droste.

“E Catarina, nos últimos meses de sua vida, mesmo estando muito doente, caminhava diariamente daqui [sua residência em Roma] até o Vaticano. (…) Ela ia até lá diariamente e rezava pelo papa”, disse ela.

“Você pode ver hoje ao entrar no Vaticano, antes de entrar na igreja principal no nártex – que acima da entrada há um mosaico de Cristo e o barco com os apóstolos nele – que era da basílica original. Estava num local diferente, mas foi relatado que foi ali que Catarina rezava diariamente pelo [sucessor de] Pedro.”

Depois da morte de Catarina, na primavera de 1380, as paredes da sala onde ela morreu foram transferidas para uma pequena capela dentro da basílica de Santa Maria Sopra Minerva. (Esta capela também pode ser visitada passando pela sacristia da basílica, que por si só é um local histórico por acolher dois conclaves papais no século XV.)

O papa beato Pio IX nomeou santa Catarina co-padroeira de Roma em abril de 1866. O papa Pio XII nomeou Catarina co-padroeira da Itália em 1939, junto com são Francisco de Assis.

“Catarina me influenciou muito no meu amor pela Igreja, no meu amor pelo papado”, refletiu Droste, que recebeu o nome de Catarina ao fazer seus votos como irmã religiosa.

“Catarina aprendeu uma de suas mensagens mais importantes com Cristo”, acrescentou. 

“Cristo perguntou-lhe um dia: 'Você sabe quem você é e quem eu sou?' E ele disse a ela: 'Você é aquela que não é. Eu sou aquele que é. Essa é uma frase desafiadora porque muitas pessoas pensariam que significa “eu não sou nada”. Pois bem, não sou nada diante de Deus porque ele me criou e me deu tudo. Mas aos olhos dele, sou tudo porque sou um ser humano que ele ama.”

“E então, diria Catarina, Cristo está loucamente apaixonado por você. Ele está loucamente apaixonado por você. Ele está inebriado e apaixonado por você. Portanto, a primeira mensagem de Catarina é compreender o que significa ser um ser humano, ser amado por Deus. E isso é importante para cada um de nós”, concluiu a freira.