Um novo filme que retrata a vida da escritora americana Flannery O'Connor, cujo trabalho reflete a sua fé católica e examina frequentemente questões de fé, moralidade e sofrimento, será lançado nos EUA em 3 de maio.

O filme Wildcat mostra a luta de O'Connor contra o lúpus, com que foi diagnosticada aos 24 anos, a mesma doença que matou seu pai, e foca em O’Connor explorando suas crenças. A atriz Maya Hawke interpreta O'Connor, e seu pai, Ethan Hawke, dirigiu, co-escreveu e produziu o filme.

A inspiração para o filme veio de Maya Hawke, que criou um monólogo a partir de A Prayer Journal” (Diário de Oração, na edição brasileira), escrito por O'Connor para um teste na Juilliard School, faculdade de artes em Nova York para a qual foi aceita. Maya apresentou o monólogo à família antes do teste e eles ficaram maravilhados. Desde então, disse Maya, ela tem uma conexão pessoal com O'Connor e acabou pedindo ao pai que a ajudasse a fazer o filme.

O produtor executivo Eric Groth, que é católico e diretor executivo da Renovo Media Group e presidente da ODB Films, disse em entrevista à CNA, agência do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, que se sentiu atraído pelo filme porque “nós realmente amamos trazer histórias bonitas, boas e verdadeiras que sejam notáveis e que certamente se concentram em coisas de natureza católica”.

“Eu não tinha lido muito a obra de Flannery, tinha lido um pouco, mas fiquei muito intrigado com ela, com quem ela era e com a importância que ela teve no século XX como autora”, acrescentou. “E fiquei muito fascinado pelo fato de não existir muitas coisas produzidas sobre ela ou suas histórias.”

Porém, o que mais o atraiu no filme foi o “elemento familiar”.

“Adorei que Ethan e Maya estivessem fazendo algo como pai e filha e até mesmo a mulher de Ethan, Ryan, foi uma de nossas produtoras principais e todos os outros filhos de Ethan também entraram no filme”, disse Groth.

Groth destacou que acredita que é importante contar essa história hoje porque “a cultura pode realmente aprender com ela”.

“Acho que ela tinha uma capacidade realmente grande de convergir toda a sua fé com o que ela vivia em sua época”, disse Groth sobre O’Connor.

Para ele, O'Connor “meio que vira a graça de cabeça para baixo. Nós meio que colocamos Deus em uma caixa e pensamos que se Deus vai dar a graça, ela virá através de um canal muito legal... Acho que Flannery diz: 'Olha, Deus pode dar Sua graça de qualquer modo, a qualquer hora, de qualquer maneira.' ”

“As pessoas precisam saber que Deus está aí, Deus está presente, e podemos olhar e ver que a graça de Deus vem de todas as coisas diferentes”, continuou.

Groth diz esperar que os espectadores “saiam com um tremendo apreço” pela escritora.

“Ela viu a bagunça do mundo, e que nessa bagunça – Deus está no meio disso, que Deus entra nisso e que nossas vidas são uma bagunça”, disse Groth. “Quero que as pessoas saiam vendo alguém que viu isso e entendeu. Quero que eles saiam vendo uma jovem que sofreu terrivelmente com uma doença que acabou tirando sua vida, mas que ela seguiu em frente”.

Ele acrescenta que espera que o público veja que “somos chamados a buscar esse relacionamento com Deus e isso às vezes será difícil, mas também que podemos ser vitoriosos e que podemos ver como Deus pode dar graça a nós de todas as maneiras.”