Bispos da Indonésia falaram da viagem do papa Francisco ao país, marcada de 3 a 6 de setembro de 2024. O arcebispo de Jacarta, cardeal Ignatius Suharyo, disse que é “uma grande oportunidade para os católicos indonésios explorarem e colocarem em prática as mensagens humanitárias” do papa.

O papa Francisco será o terceiro papa a visitar a Indonésia, depois das viagens de São Paulo VI, em dezembro de 1970, e de são João Paulo II, em outubro de 1989.

“De fato, a presença física do papa Francisco é muito importante e uma ocasião muito feliz para nós”, disse o cardeal Suharyo numa mensagem de vídeo, segundo a agência UCA News. O cardeal também pediu aos fiéis que se aprofundem nos ensinamentos do papa antes de sua chegada.

Ele citou os dois documentos do papa Francisco, destacando a urgência de acolhê-los no contexto da Indonésia: a importância de proteger o meio ambiente, em referência à encíclica Laudato si', e a necessidade imperiosa de construir e manter a fraternidade na sociedade, como disse Francisco na sua encíclica Fratelli tutti.

O cardeal Suharyo elogiou a genialidade de ambos os documentos, “não no sentido de serem grandiosos, mas muito importantes para a história da humanidade do nosso tempo”.

O bispo de Bandung, dom Antonius Subianto Bunjamin, presidente da Conferência Episcopal da Indonésia disse que a visita do papa Francisco foi anunciada no dia da Solenidade da Anunciação do Senhor, pois é uma boa notícia para o país.

O ministro da Religião, Yaqut Cholil Quomas, confirmou a notícia da visita do papa à Indonésia num comunicado publicado em 30 de março.

Dom Subianto recordou que a Indonésia é apenas uma etapa do que será um longo caminho apostólico. “Da Indonésia à Papua Nova Guiné, ao Timor Leste, a Singapura e possivelmente também ao Vietnã”, disse.

“Acho que nunca houve uma visita que abrangesse cinco países tão distantes como os nossos”, disse dom Subianto, por isso a agenda papal para esses dias seria extremamente restrita. “Os católicos em toda a Indonésia querem apertar a mão do papa um a um, mas todos sabemos que isso é impossível", acrescentou.

Ele recordou que a Santa Sé foi um dos primeiros Estados a reconhecer a independência da Indonésia, em 1945.

O bispo de Merauke, dom Petrus Canisius Mandagi, disse que a visita papal pode fortalecer a fé dos católicos no país asiático.

“Esperemos que, com esta visita, os católicos indonésios sejam mais corajosos na expressão da verdade e se tornem um exemplo para as pessoas de outras religiões no que diz respeito à vida verdadeiramente religiosa, isto é, ao amor acima de tudo, como sempre sublinha o papa”, disse ele.

Os cristãos representam 29 milhões dos mais de 270 milhões de habitantes da Indonésia. Os católicos são cerca de 7 milhões. Mais de 87% da população da Indonésia considera-se muçulmana – cerca de 242 milhões de pessoas – tornando-a o país com a maior maioria muçulmana do mundo.