“O Senhor espera sempre por nós, de braços abertos, e jamais se cansa de perdoar", foram as palavras do papa Francisco às detentas da prisão feminina de Rebibbia, em Roma, aonde foi hoje (28), Quinta-feira Santa, para celebrar a Missa in Coena Domini.

Seguindo a tradição de celebrar a Missa da Última Ceia nos centros penitenciários, este ano o papa foi para a prisão de Rebibbia, onde cumprem penas cerca de 360 ​​pessoas de diferentes nacionalidades.

Na homilia, o papa falou que o trecho evangélico do dia apresenta dois episódios: o lava-pés dos apóstolos por Cristo, gesto com o qual “Jesus se humilha” e “nos faz compreender o que Ele disse: não vim para ser servido, mas servir. Ele nos ensina o caminho do serviço.”

“Peçamos ao Senhor que faça crescer em nós esta vocação de serviço”, pediu.

“O outro episódio triste (é) a traição de Judas, que não é capaz de levar adiante o amor”, disse Francisco. “O dinheiro, o egoísmo” o levaram a entregar Cristo, “mas Jesus perdoa tudo. Jesus perdoa sempre. Só pede que nós peçamos o perdão”.

Na sua homilia espontânea, o papa Francisco contou que uma vez ouviu uma senhora idosa dizer que “Jesus jamais se cansa de perdoar: somos nós que nos cansamos de pedir perdão”.

“Peçamos hoje ao Senhor a graça de não nos cansarmos. Sempre, todos nós temos pequenos fracassos, grandes fracassos - cada um tem a sua própria história. Mas o Senhor espera sempre por nós, de braços abertos, e jamais se cansa de perdoar”.

Depois da homilia, o papa lavou os pés de doze detentas de vários países, como Itália, Bulgária, Nigéria, Ucrânia, Rússia, Peru, Venezuela e Bósnia, com idades entre 40 e 50 anos.

O papa Francisco foi carregado numa cadeira de rodas, da qual se aproximou para lavar e beijar os pés das mulheres, várias das quais derramaram lágrimas de emoção.

Em declarações divulgadas ontem pelo Vatican News, site oficial de notícias da Santa Sé, a irmã María Pía Iammarino, religiosa das Irmãs Franciscanas dos Pobres e que trabalha como voluntária nesta prisão, falou da emoção que as detentas sentiram ao saber que seriam visitadas pelo papa Francisco. “Dizem que o papa realmente ama as pessoas que sofrem”, disse ela.

Segundo a irmã, as mulheres presas têm um sentimento de culpa muito forte “pelo sofrimento que sentem por uma mãe idosa ou, pior ainda, por um filho pequeno que não podem ver crescer”.

No final da missa, o papa Francisco voltou para o Vaticano. Amanhã (29), o Coliseu Romano será o local onde acontecerá a via-sacra, cujas meditações foram escritas pelo papa Francisco.