Na Sexta-feira Santa, 29 de março, o Movimento Católico Comunhão e Libertação fará uma via-sacra na avenida Paulista, uma das vias mais importantes de São Paulo (SP). A escolha do local se deu porque “é o coração vibrante da cidade, um lugar simbólico, para dizer que a fé não é algo reservado a alguns momentos ou lugares específicos, mas é algo que desafia a nossa vida cotidiana”, disse o responsável diocesano da Fraternidade de Comunhão e Libertação em São Paulo, Francesco Tremolada.

Segundo Tremolada, a via-sacra promovida pelo Comunhão e Libertação em locais públicos acontece “há aproximadamente 20 anos”. “Nós começamos na Avenida Paulista, depois, como houve algumas mudanças nas regras de manifestações na Paulista, deixamos de fazer lá e fizemos em outros lugares de São Paulo, como o Minhocão no centro da cidade e em outros bairros. Mas, agora, voltou a possibilidade de fazer manifestações na Avenida Paulista. Então, neste ano, optamos por voltar para a Paulista também, depois de cerca de 10 ou 15 anos”, disse à ACI Digital.

A via-sacra começará às 9h, na igreja de Santa Generosa, no Paraíso, e seguirá por toda extensão da avenida até chegar à igreja São Luiz Gonzaga, na Consolação. A caminhada será acompanhada por momentos de silêncio e oração, leituras de trechos dos evangelhos e textos da literatura católica referentes à Paixão de Cristo. Ao longo da procissão, também serão entoadas músicas sacras eruditas ou representativas da tradição popular brasileira.

Para Tremolada, o mais importante dessa iniciativa do Comunhão e Libertação “é a via-sacra, que é um gesto tradicional da Igreja”. “Para mim, a via-sacra sempre foi um momento grandioso, porque o que está no centro da via-sacra é a pessoa de Cristo. De alguma forma, nós encontramos o acontecimento de Cristo pessoalmente também através desse gesto”, disse.

Rezar a via-sacra, “com esse intuito de nos identificarmos com a Paixão de Cristo, com a pessoa de Cristo”, na Avenida Paulista, é “simbólico”, porque “muitos de nós trabalham na Avenida Paulista, ou perto, ou em regiões parecidas. É como se testemunhássemos que a fé é possível dentro da vida cotidiana de todo mundo”, disse o responsável.

Trata-se, destacou, de um “gesto público”.

“Não como forma de exibicionismo”, e sim “para dizer que a fé é pública, a fé responde aos anseios de toda a humanidade”.

Tremolada contou que, ao passar pelas ruas rezando a via-sacra, é possível perceber a reação de muitas pessoas de fora. “As pessoas observam, provavelmente a maioria não sabe do que se trata, às vezes, acham estranho. Mas, percebemos que muitas vezes há pessoas que param, acompanham um pedaço e depois vão embora, ou se debruçam na janela para ver melhor e ficam escutando, tentam participar de alguma forma”.

Segundo ele, costumam participar da via-sacra “entre 300 e 400 pessoas”. “Nós fazemos isso convidando as pessoas que conhecemos, do nosso entorno, do nosso relacionamento, colegas, amigos, parentes, vizinhos”, disse e ressaltou que este convite é feito não “para participar de um evento estético, introspectivo, mas para participar de um encontro pessoal com Cristo”.

“O convite é que, quem puder participar presencialmente será muito bonito. E quem não puder participar presencialmente, que participe de outra forma, se identificando com o significado da via-sacra”, concluiu.