Hoje (14) é dia do beato Plácido Riccardi, que conheceu na abadia da Basílica de São Paulo Extramuros um noviço que dizia ter os estigmas de Cristo. O beato o acompanhou em oração e descobriu a verdade.

O beato Plácido (1844-1915) era natural de Trevi, Itália. Segundo o livro Vidas dos Santos do padre Alban Butler, ele entrou na abadia beneditina anexa à Basílica de São Paulo Fora dos Muros, onde está sepultado o chamado apóstolo dos gentios de Roma. Os beneditinos cuidam do templo até hoje.

Em meio a um ambiente político anticlerical, o beato foi preso como desertor por não ter cumprido o serviço militar. Ele foi libertado, enviado para um regimento como soldado e depois dispensado. Voltou à abadia, fez a profissão solene e foi ordenado padre.

O padre Butler conta que algum tempo depois chegou um noviço “em quem depositavam grandes esperanças e que, depois de algum tempo, foi favorecido por extraordinárias graças místicas. Todos podiam ver seus estigmas e ouvi-lo narrar suas visões”.

Alguns superiores desconfiavam do noviço. Perguntaram ao beato por referências sobre ele. Foi assim que, um dia, Plácido convidou o estigmatizado para rezar juntos por algumas horas diante do Santíssimo Sacramento à noite.

Enquanto o beato rezava com devoção e se ajoelhava diante do altar, o suposto místico ajeitava as almofadas onde o abade se sentava e adormeceu. Plácido foi embora e o jovem nem percebeu.

No dia seguinte, o noviço começou a contar que havia tido comunicações místicas, as quais havia recebido com grande alegria espiritual. O beato denunciou as mentiras.

Assim o beato Plácido descobriu que aquele que se vangloriava de ser místico não era humilde e não vivia realmente a mortificação.

No próximo dia 24 de junho serão celebrados os 180 anos do nascimento do beato Plácido e no dia 15 de dezembro os 70 anos da sua beatificação, ocorrida em 1954.