A Igreja celebra hoje (5) santo Adriano mártir, vítima da última e mais terrível perseguição sofrida pelos antigos cristãos, promovida pelo imperador Diocleciano.

Segundo a tradição, Adriano se apaixonou por uma cristã chamada Natalia, com quem se casou.

Perseguidor

Santo Adriano, cujo nome romano era Adriano de Nicomédia, nasceu em Constantinopla (Império Romano Oriental) no final do século III (ca. 278). Acredita-se que ele era filho do césar Marco Aurélio Probo e, como muitos jovens pertencentes à nobreza, entrou para o exército imperial.

Adriano fazia parte da guarda do imperador Galério e antes de sua conversão foi um perseguidor dos cristãos, primeiro sob Maximiano e depois sob Galério.

O sangue dos mártires

Numa ocasião, no cumprimento do dever, Adriano testemunhou o julgamento organizado contra um grupo de 22 cristãos, finalmente condenados à tortura e à execução. A serenidade, a paz e a coragem com que estes homens enfrentaram a dor e a morte tiveram um impacto tremendo no seu coração. Depois dessa experiência o jovem soldado decidiu converter-se ao cristianismo. Batizado, Adriano casou-se com uma jovem chamada Natalia, que assim como ele também alcançou a santidade.

Depois de sua conversão, o seu caminho foi marcado pela prática da caridade e por uma experiência de liberdade que jamais alcançaria nem com as riquezas ou honras que os militares costumavam receber. Sabe-se, porém, que esses dons e virtudes foram aperfeiçoados na provação: Adriano foi denunciado por sua fé e submetido a terríveis tormentos depois de ser capturado junto com alguns companheiros, com os quais se dirigia a Cesareia para anunciar Cristo.

Adriano teve que comparecer perante o governador da Palestina, Firmiliano, que ordenou que ele fosse açoitado com ganchos de ferro e depois jogado às feras, é claro, por não ter aceitado a oferta de receber a liberdade caso renunciasse à sua fé. Tendo rejeitado a oferta indigna, Adriano só podia esperar pela morte.

O amor de Natalia

Santo Adriano conseguiu sobreviver aos ataques de um leão, por isso decidiram degolá-lo. Sua execução ocorreu por volta do ano 309, na antiga cidade de Nicomédia, reino da Bitínia (atual território da Turquia). Sua esposa, santa Natalia, acompanhou-o na hora da prova, dando-lhe ânimo e conforto.

Em alguns lugares a sua festa é celebrada no dia 8 de setembro, dia que corresponde à transferência dos seus restos mortais para a antiga igreja - posteriormente profanada - de santo Adriano no Fórum, na cidade de Roma, Itália.