Muitos sabem que todas as sextas-feiras do tempo da Quaresma, assim como na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, os católicos praticam a abstinência, por isso não comem carne. No entanto, talvez seja pouco conhecido que este costume penitencial se estende a todas as sextas-feiras do ano.

O Código de Direito Canônico, lei que orienta a vida e o ministério da Igreja Católica, estabelece em seu cânon 1250 que “os dias e tempos de penitência na Igreja universal são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma”.

No cânon 1251, o código diz: “Guarde-se a abstinência de carne ou de outro alimento segundo as determinações da conferência episcopal, todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Falando à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o padre Juan Manuel Góngora, da diocese espanhola de Almería e que conta com mais de 71 mil seguidores na rede social X, recordou que “em todas as sextas-feiras do ano lembramos os sofrimentos do Senhor por meio dos mistérios dolorosos do santo rosário e da contemplação da via-sacra”.

“Especialmente na Quaresma, a nossa Mãe Igreja obrigatoriamente nos oferece outra forma virtuosa de abordar a Paixão de Cristo”, disse.

Segundo o padre Góngora, embora esta prática penitencial “possa ser substituída por outras práticas piedosas como a leitura das Sagradas Escrituras ou a esmola, a abstinência de carne todas as sextas-feiras é uma tradição louvável que nos ajuda a exteriorizar a nossa união com o mistério da salvação realizado no Calvário”.

Isto, disse, é especialmente importante “no contexto desta sociedade materialista”.

O padre espanhol disse que “algo tão simples” como a abstinência “é um bom lembrete para saber discernir o que é verdadeiramente importante e não se deixar levar pelas nossas próprias escravidões”.