Hoje (22) é a festa da Cátedra de São Pedro, uma celebração muito antiga na Igreja. Abaixo, quatro fatos pouco conhecidos sobre essa festa.

1. A origem da Cátedra de São Pedro não está em Roma.

O site oficial de notícias da Santa Sé, Vatican News, diz que a festa da Cátedra de São Pedro já estava presente em Roma no século III. Mas ressalta que "podemos dizer" que a primeira cátedra ou sede da Igreja foi o Cenáculo, onde Jesus celebrou a Última Ceia e os apóstolos com Nossa Senhora receberam o Espírito Santo.

Também diz que São Pedro, antes de se tornar bispo de Roma, foi o primeiro bispo de Antioquia. Segundo tradições antigas, coletadas no livro Legenda Áurea de Jacopo de Varazze, uma igreja foi estabelecida em Antioquia, onde, em uma parte alta e visível, uma cátedra ou cadeira foi colocada para que o apóstolo pudesse falar sobre a fé de lá.

2. A Cátedra de São Pedro celebrava-se duas vezes por ano.

O Vatican News diz que, no passado, a Cátedra de São Pedro era celebrada em 18 de janeiro e também em 22 de fevereiro. A primeira era para a sede do Apóstolo em Roma e a segunda para a de Antioquia. De fato, esta última tinha a sua festa própria.

Porém, em 1960, são João XXIII uniu as duas festas e a estabeleceu só no dia 22 de fevereiro.

3. Três tipos de “cátedra”

O beato Jacopo de Varazze descreve no seu livro que existem três tipos de cátedras. A primeira é a “régia” (real), como a do rei Davi. A segunda é a sacerdotal, como a de Eli, que, segundo a Enciclopédia Católica, foi juiz e “sumo sacerdote” no Antigo Testamento. E finalmente há a magisterial (ensino e governo), como a de Moisés.

“A cátedra de Pedro foi régia, sacerdotal e magisterial; régia, porque Pedro era o príncipe de todos os reis; (sacerdotal) porque foi pastor de todos os padres e clérigos; e magisterial, porque foi mestre de todos os cristãos”, diz o beato.

4. A relação entre a “coroa” de são Pedro e a tonsura

O beato Jacopo acrescenta que há quem defenda que a festa da Cátedra de São Pedro em Antioquia também estaria associada à tonsura que monges e clérigos realizavam. Esta prática consiste em raspar o topo da cabeça em forma de círculo, e sua origem pode estar relacionada a são Pedro.

Diz-se que um dia o apóstolo estava pregando em Antioquia. Nesse momento, um grupo de pessoas que perseguiam os cristãos agarrou-o e raspou-lhe o topo da cabeça. A Enciclopédia Católica diz que nos tempos romanos e gregos a tonsura era um sinal de escravidão.

Porém, o que para eles era motivo de ridículo e desprezo tornou-se mais tarde uma espécie de “coroa” simbólica do príncipe dos Apóstolos. Os clérigos adotaram-na posteriormente como sinal de sua entrega total à Igreja.