A situação dos cristãos em Moçambique agravou-se nas últimas semanas, obrigando missionários, padres e freiras a abandonar a vila de Mazeze, por causa dos ataques de terroristas muçulmanos que começaram no dia 9 de fevereiro.

Desde o início de 2024, o aumento de ataques por grupos radicais islâmicos armados no norte do país causa “um clima de medo e insegurança” na população, segundo a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).

O epicentro dos ataques é a província de Cabo Delgado. A maior parte do clero católico deslocado pelos ataques terroristas, que queimaram casas e igrejas, refugiou-se em Pemba, capital da província, disse à ACN um missionário que permaneceu anônimo por razões de segurança.

“Muitos missionários também foram obrigados a se deslocar”, disse um padre local à fundação. Ele também disse que a decisão de muitos religiosos de abandonar Mazeze e fugir para Pemba foi uma forma de proteger o povo.

“Sair é por vezes uma forma de proteger as pessoas, porque muitas vezes se os padres ou as irmãs ficam nas aldeias, as pessoas sentem-se seguras e ficam com eles, o que pode deixá-las expostas a ataques”, disse este padre.

O terrorismo islâmico em Moçambique causou ao menos 5 mil mortes e mais de um milhão de deslocados desde 2017.