"Mais de dois milhões e 700 mil pessoas" reuniram-se na cidade de Barquisimeto, Venezuela para acompanhar a procissão da Virgem Divina Pastora, disse o governador do Estado de Lara, Adolfo Pereira, em sua conta no X no domingo, 14 de janeiro.

"Temos um saldo muito positivo onde reinou a paz, a tranquilidade e a religiosidade do povo", disse Pereira.

O dia começou bem cedo, com a tradicional Corrida Devocional da Divina Pastora. Cerca de 44 mil atletas participaram de um trajeto de 9,6 quilômetros, que percorreu os locais mais emblemáticos da cidade, até chegar à igreja de santa Rosa, onde começou a procissão.

A imagem da Virgem percorreu mais de sete quilômetros ao longo do dia, desde a igreja de santa Rosa até a catedral de Barquisimeto, onde o arcebispo emérito de Coro, dom Mariano Parra celebrou a missa de boas-vindas.

"Não é fruto do acaso que esta procissão já se realizou 166 vezes, e que todos os dias o número de pessoas que acompanham a Divina Pastora cresce cada vez mais, tornando-a numa das maiores manifestações (marianas) do mundo", disse dom Parra em sua homilia.

O bispo também disse que Deus manifesta à igreja na Venezuela, através da Divina Pastora, qual é a Sua vontade, e convidou todos os fiéis a esforçarem-se por conhecer e compreender o que Deus quer.

"Maria, sob o patrocínio da Divina Pastora, pede-nos hoje, como discípulos do seu Filho, que aprendamos com ela: viver só para Cristo e ao seu serviço. Esta é a nossa razão de ser", destacou.

O arcebispo Emérito concluiu pedindo a Divina Pastora "que nos conduza ao seu Filho Jesus Cristo e nos ajude a ser fiéis, a sair pelo mundo semeando amor, justiça e paz".

O compromisso dos bispos venezuelanos neste "ano de graça de 2024"

No dia 12 de janeiro, terminou a 121ª Assembleia Plenária Ordinária do Episcopado Venezuelano, ocasião em que os bispos analisaram a atual situação nacional e os grandes desafios que o novo ano apresenta ao país e a igreja Católica.

Como resultado deste encontro, o episcopado publicou uma exortação pastoral, na qual pede a todos os venezuelanos que trabalhem pela paz, pela justiça e pela solidariedade fraterna. Além de fazer um esforço para "abrir portas e construir pontes de compreensão e convivência".

Os bispos também se referem aos "urgentes problemas nacionais" nas áreas econômica, humanitária, migratória, educacional e de corrupção. "O aspecto mais grave desta situação", comentam, "é o fato de não haver interesse numa solução a nível institucional".

"Exortamos que haja um diálogo e uma negociação séria, sincera e empenhada entre o governo e os vários setores da vida nacional", escreveram, referindo-se às eleições presidenciais previstas para este ano no país.

"Reiteramos os nossos melhores votos para que neste ano de 2024, com o esforço e a participação de todos e de todas as instituições do país, tomemos o caminho do diálogo, do encontro e do projeto do país que todos queremos", concluíram os bispos.