“É preciso ser guardiões do próprio coração. Por isso não dialoguemos com o diabo. É a recomendação – preservar o coração - que encontramos em vários padres, nos santos. E devemos pedir esta graça de aprender a velar sobre o coração”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (27).

Francisco iniciou um novo ciclo de catequese sobre “vícios e virtudes”, centrando-se no tema “custodiar o coração”.

Aos fiéis que o ouviam na Sala Paulo VI do Vaticano, o papa falou sobre a dinâmica “do mal e da tentação”.

“A serpente é um animal insidioso: move-se lentamente, rastejando no chão, e às vezes a sua presença nem sequer se nota - é silenciosa - pois consegue camuflar-se bem com o seu ambiente”, disse o papa.

Francisco comentou que, quando o diabo inicia o seu diálogo com Adão e Eva, “demonstra ser também um dialético requintado”.

“O orgulho é o começo de todo mal”, disse. “A Bíblia explica-nos que o mal não começa no homem de modo ruidoso, quando um ato já se manifestou, mas o mal tem início muito antes, quando começamos a entreter-nos com ele, a embalá-lo na imaginação, nos pensamentos, acabando por ser enganados pelas suas lisonjas".

Por isso, o papa Francisco advertiu que “com o diabo não se dialoga” e disse que Jesus nunca o fez. “E no deserto, durante as tentações, não respondeu com o diálogo; retorquiu simplesmente com as palavras da Sagrada Escritura, com a Palavra de Deus”.

“Atenção: o diabo é um sedutor. Nunca dialoguemos com ele, porque ele é mais esperto do que todos nós e far-nos-á pagar. Quando tiveres uma tentação, nunca dialogues. Fecha a porta, fecha a janela, fecha o coração. E assim, defendemo-nos desta sedução, porque o diabo é astuto, é inteligente”, disse.

“Que o Senhor nos ajude neste trabalho. Mas quem guarda o próprio coração, conserva um tesouro”, concluiu.