“O bem, mesmo quando está oculto e invisível, cresce sem ruído, multiplica-se inesperadamente e espalha a fragrância da alegria,” disse o papa Francisco hoje (21) no discurso de Natal aos funcionários do Vaticano.

O papa Francisco reuniu-se hoje (21), na Sala Paulo VI do Vaticano, com os funcionários da Santa Sé e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, com as respectivas famílias, para lhes desejar votos de Natal.

Neste encontro tradicional, o papa Francisco disse que o “estilo de Deus” não é “grandioso ou barulhento”, mas “é o estilo da ocultação e da pequenez”.

Para Francisco, este estilo transmite “a mansidão de Deus, que não vem até nós para nos aterrorizar com a sua grandeza ou para se impor com a sua magnificência, mas antes se faz presente da maneira mais comum possível, tornando-se um de nós".

“Deus esconde-se na pequenez de um menino que nasce, de um casal – Maria e José – que não é o centro das atenções, na pobreza de um estábulo porque não havia lugar para eles na hospedaria”, continuou.

Francisco reiterou que “Ele é o Deus dos pequeninos, o Deus dos menores e, com Ele, todos aprendemos o caminho para entrar no Reino de Deus: não uma religiosidade aparente e artificial, mas tornar-nos tão pequenos quanto as crianças”.

O papa Francisco dirigiu-se aos funcionários do Vaticano e agradeceu-lhes pelo trabalho que fazem sobretudo “no escondimento do cotidiano, muitas vezes realizando coisas que podem parecer insignificantes e que, em vez disso, contribuem para oferecer um serviço à Igreja e à sociedade”.

O papa lamentou que vivamos na era da “maquiagem” e que muitas vezes até “a alma está maquiada”. Por isso, lembrou que “na família, as aparências e as máscaras não contam ou, pelo menos, duram pouco; o que conta é que não falte o bom vinho do amor, da ternura e da compreensão mútua”.

“O amor não faz barulho”, é algo que vivemos no escondido “na pequenez dos gestos cotidianos, na atenção que sabemos dar”.

“É isso que desejo a vocês: que estejam atentos, em seus lares e em suas famílias, às pequenas coisas do dia a dia, aos pequenos gestos de gratidão, à atenção do cuidado”, disse.

Por fim, convidou a contemplar o presépio e a imitar “a atenção e a ternura de Maria e de José pelo Menino que nasce”.