O papa Francisco dedicou a Audiência Geral de hoje (20) a falar sobre a alegria de contemplar o presépio, que nasce da admiração e que nos conduz ao que é “realmente importante”.

Da Aula Paulo VI do Vaticano, o papa Francisco recordou que este ano faz 800 anos do primeiro presépio da história, inspirado em são Francisco de Assis no Natal de 1223 em Greccio, Itália.

O papa disse que o santo de Assis não quis “realizar uma bela obra de arte, mas suscitar, através do presépio, a admiração pela extrema humildade do Senhor, pelas dificuldades que padeceu, por amor a nós, na pobre gruta de Belém”.

A sobriedade do presépio

O papa Francisco advertiu que não basta simplesmente contemplar o presépio e rezar, mas que diante deste mistério é necessária uma “atitude religiosa da admiração. Se face aos mistérios eu não tiver esta admiração, a minha fé será simplesmente superficial; uma fé ‘informática’”.

Ele também falou da sobriedade como característica do presépio, que convida a evitar “um consumismo que corrói o seu significado, o consumismo do Natal”. Ele disse que “é bom desejar oferecer presentes”, mas se deve evitar “o frenesi de ir fazer compras” e o consumismo exagerado.

“O presépio nasce para nos restituir ao que conta: a Deus que vem habitar no meio de nós. Por isso é importante olhar para o presépio, porque nos ajuda a compreender o que conta e também as relações sociais de Jesus naquele momento, a família, José e Maria, e os entes queridos, os pastores. As pessoas antes das coisas. E muitas vezes colocamos as coisas à frente das pessoas. Isso não funciona!”

Um sinal de verdadeira alegria

Francisco disse que o presépio também é um sinal de alegria. “A alegria é algo diferente da diversão”, pois “a alegria é ainda mais profunda, mais humana”.

Ele disse que divertir-se é bom, embora “às vezes, há a tentação de se divertir sem alegria”. Por isso, disse que “a alegria é a raiz de uma boa diversão para o Natal”.

Segundo o papa, a verdadeira alegria “transborda do coração quando se toca com a mão a proximidade de Jesus, a ternura de Deus, que não deixa sozinho, mas consola. Proximidade, ternura e compaixão: eis as três atitudes de Deus. E olhando para o presépio, rezando diante do presépio, poderemos sentir estas coisas do Senhor, que nos ajudam na vida de todos os dias”.

“O presépio é como um pequeno poço do qual haurir a proximidade de Deus, nascente de esperança e de alegria. O presépio é como um Evangelho vivo, um Evangelho doméstico”, disse.

Francisco incentivou a “apresentar a Jesus as expetativas e as preocupações da vida. Se, diante do presépio, confiarmos a Jesus o que temos no coração, também nós experimentaremos ‘uma alegria imensa’”.

‘Aproximemo-nos do presépio. Que cada um contemple e que o coração sinta algo”, concluiu.

A guerra é uma derrota

No final da catequese, o papa pediu para não esquecer das pessoas “que sofrem o mal da guerra. As guerras são sempre uma derrota, não nos esqueçamos disso. Uma derrota”.

“Por favor, vamos pensar na Palestina, em Israel, vamos pensar na Ucrânia, o embaixador está aqui. A Ucrânia martirizada que tanto sofre, pensemos nas crianças e peçamos paz ao Príncipe da Paz”, concluiu Francisco.