O bispo de Austin, EUA Dom Joe Vásquez, celebrou na sexta-feira (1º) uma missa na prisão que abriga sete mulheres condenadas à morte no Texas. Cinco delas se converteram ao catolicismo já no Corredor da Morte, ala em que condenados à morte esperam a execução.

A missa, que aconteceu na prisão de Mountain View Unit, em Gatesville, Texas, fez parte de um congresso de três dias sobre a pastoral carcerária, organizada pela Coalizão de Ministérios Católicos Penitenciários (CPMC), um grupo que começou como um projeto da Associação Nacional de Capelães Católicos.

Na sua homilia às mulheres na prisão, pregando sobre a parábola do filho pródigo, dom Vásquez falou sobre a traição do filho ao amor do pai, o seu arrependimento, e o inesperado e perdão e celebração do filho por parte do pai.

O bispo enfatizou a misericórdia de Deus ao chamar os pecadores a voltar, independentemente do que tenham feito no passado.

“Vocês pertencem à Igreja tanto quanto qualquer outra pessoa. Os muros podem nos separar, mas os muros nunca poderão afastar Cristo”, disse dom Vásquez às mulheres.

“Há muitas coisas que não podemos fazer por vocês, mas podemos estar presentes, podemos acompanhar. Queremos continuar levando a mensagem de esperança”, acrescentou.

Karen Clifton, coordenadora executiva da CPMC, disse à CNA, agência em inglês da EWTN grupo a que pertence a ACI Digital, que o objetivo da coligação é dar uma base de formação para os católicos que querem fazer apostolado com os presos, respondendo à falta de recursos educativos para levar a pastoral carcerária para muitas dioceses do país.

Clifton já havia cuidado de várias mulheres no corredor da morte no Texas durante a década de 1990, muitas das quais estão lá há décadas. Ao longo desses anos, disse, cinco das presas se converteram ao catolicismo, em grande parte graças aos esforços do diácono Ronnie Lastovica, coordenador de pastoral da diocese de Austin para a região onde fica a prisão.

Clifton também contou que seis das atuais prisioneiras são oblatas leigas das Irmãs de Maria Estrela da Manhã; uma ordem católica de freiras que fica perto da cidade de Waco, que fez da pastoral com as mulheres condenadas à morte parte da sua missão como religiosas.

A coordenadora executiva da CPMC contou que as seis mulheres se comprometeram a rezar pelas mesmas intenções das irmãs, vendo o seu estado de prisão como algo semelhante a uma “vida monástica”.

Karen Clifton também disse que ao menos duas das mulheres condenadas à morte “quase certamente” entrariam oficialmente para a ordem como freiras se fossem libertadas.

“Eu vi a transformação dessas mulheres. Eu as conheci nos anos noventa e as vejo hoje. Estas são mulheres de oração… A sua vida de oração é muito profunda… Elas estão participando do carisma [das freiras] e da sua oração”, disse Clifton.

Na sua homilia, dom Vásquez também refletiu sobre a importância de os católicos praticarem obras de misericórdia corporais:

“Esse ministério de estar com os presos e acompanhá-los é muito importante. É uma das coisas essenciais... Cristo vai perguntar no último dia: 'Você estava lá? Você me visitou? É por isso que seremos julgados", disse ele.

"Ele nem sequer perguntará quantas vezes foi à igreja, quantas vezes oramos. Como você cuidou da outra pessoa? Você deu água ao sedento? Vestiu o nu? Visitou o doente? Visitou os que estavam na prisão?", acrescentou.

O Texas fez quase 600 execuções estaduais e seis execuções federais desde 1976, segundo o Centro de Informações sobre Pena de Morte, que também diz que o Texas é o estado que executou mais mulheres (seis) do que qualquer outro estado.

Nenhuma das mulheres no corredor da morte no Texas tem atualmente uma data marcada para a execução.