“Preparemos cuidadosamente a casa do coração, para que seja ordenada e acolhedora” para receber Jesus disse o papa Francisco ontem(3), primeiro domingo do Advento.

A Santa Sé disse ontem que as condições de saúde do papa estão melhorando e por precaução ele rezou o Ângelus na Casa Santa Marta. O comentário do evangelho do dia foi lido por monsenhor Paolo Braida, da Secretaria de Estado.

Na reflexão, foi central o tema da vigilância, que, segundo o papa, “não deve ser entendida como o medo do castigo iminente, mas como uma atitude cheia de desejo e de espera”. O evangelho do dia (cf. Mc 13,33-37) apresenta três vezes a exortação de Jesus: “Vigiai”.

Falando do senhor que voltará e dos seus servos que o aguardam. A vigilância dos servos, segundo Francisco, “não é, pois, feita de medo, mas de desejo, à espera de encontrar o seu senhor que vem”. Esta preparação envolve a criação de “uma casa acolhedora e ordenada” para a volta do ente querido.

O papa falou da importância da preparação para acolher Jesus não só no Natal, mas em todos os momentos, seja “no fim dos tempos, quando ele voltar glorioso; todos os dias, quando ele vier ao nosso encontro na Eucaristia, na sua Palavra, nos irmãos e irmãs, especialmente os mais necessitados”.

Num chamado especial para o advento, o papa Francisco pediu preparar com cuidado a “casa do coração”, mantendo o coração preparado para a chegada do Senhor.

Ele comparou a atitude de vigilância à de um sentinela que permanece acordado, esperando a luz chegar. “O Senhor é a nossa luz e é bom preparar o coração para o acolher com a oração e para o hospedar com a caridade, os dois preparativos que, por assim dizer, o põem à vontade”, acrescentou.

O papa também contou a história de são Martinho de Tours, que, depois de dar metade do seu manto a um pobre, sonhou com Jesus vestido precisamente com aquela parte do manto que tinha dado. Ele propôs este ato como um belo programa para o advento: “encontrar Jesus que vem em cada irmão e irmã que precisa de nós e partilhar com eles o que pudermos: escuta, tempo, ajuda concreta”.

Finalmente, o papa convidou os fiéis a perguntar-se como podem preparar um coração acolhedor ao Senhor.

“Podemos fazê-lo aproximando-nos do seu perdão, da sua Palavra, da sua mesa, encontrando espaço para a oração, acolhendo-o em quem precisa. Cultivemos a Sua espera sem nos distrairmos com tantas coisas inúteis e sem nos queixarmos continuamente, mas mantendo o nosso coração alerta, isto é, desejoso d’Ele, desperto e pronto, impaciente para O encontrar”, concluiu.