A violência contra as mulheres é "uma erva daninha venenosa que aflige a nossa sociedade e que deve ser eliminada pela raiz", disse o papa Francisco em uma mensagem divulgada hoje (9) pela Sala de Imprensa da Santa Sé. 

Francisco enviou um texto aos organizadores da campanha nacional contra a violência contra as mulheres, organizada, entre outros, pela rede de televisão italiana RAI e Radio1 Gr1, intitulada “Uma grande onda contra a violência masculina sobre as mulheres".

Segundo o papa, esse tema é muito atual e é preciso cortar as raízes culturais e mentais que “crescem no terreno do preconceito, da posse e da injustiça”.

Depois de dizer que “em muitos lugares e em muitas situações as mulheres são colocadas em segundo plano, consideradas ‘inferiores’”, o papa Francisco denunciou que muitas são “maltratadas, abusadas, escravizadas, vítimas da arrogância daqueles que pensam que podem dispor de seus corpos e de suas vidas, forçadas a se render à ganância dos homens”.

Francisco se referiu também ao “papel ambíguo” dos meios de comunicação: “Por um lado, favorecem o respeito e a promoção das mulheres, mas por outro transmitem mensagens marcadas pelo hedonismo e pelo consumismo, cujos modelos, masculinos e femininos, obedecem aos critérios do sucesso, da autoafirmação, da competição, do poder de atrair os outros e dominá-los”.

"Mas onde há dominação, há abuso! O Senhor quer que sejamos livres e em plena dignidade", disse o papa. Ele pediu "relações justas e equilibradas, baseadas no respeito e no reconhecimento mútuos" para enfrentar "o flagelo do abuso físico e psicológico contra as mulheres".

Para concluir, o papa Francisco exortou que esta campanha “possa contribuir para uma mudança de mentalidade” e recordou que “do coração e da carne de uma mulher”, a Virgem Maria, “veio a salvação ao mundo”.

“A forma como tratamos as mulheres, em todas as suas dimensões, revela o nosso grau de humanidade”, concluiu o papa Francisco.