Na missa de encerramento do Sínodo da Sinodalidade 2023, ontem (29), no Vaticano, o papa Francisco usou vestes litúrgicas que fazem referência à Amazônia. Os paramentos foram feitos pelo artista brasileiro Juan Gabriel Albuquerque Ramos, natural de Manaus (AM).

Segundo Vatican News, serviço de notícias oficial da Santa Sé, as vestes litúrgicas “exibiram uma gama de tons de verde que simbolizavam as diversas espécies de árvores da floresta Amazônica”.  Os tons mais claros de verde remetiam às “folhas mais jovens das árvores” e os tons mais escuros, “as folhas mais antigas”.

A escolha cromática “pretendeu transmitir a riqueza e diversidade dessa região tão importante para o planeta, assim como a consciência de uma ecologia integrada como nos convida o papa Francisco em suas encíclicas Laudato Si e Laudate Deum”.

A “inspiração e criatividade” de Juan Gabriel na produção das vestes litúrgicas “refletiram a essência do Sínodo dos Bispos, que, ao longo de seu caminho sinodal, trouxe à tona diferentes perspectivas e expressões da mesma fé, promovendo o diálogo e a sinergia entre os membros da Igreja”, diz Vatican News.

Ao site da arquidiocese de Manaus, Juan Gabriel contou que enviou os paramentos de presente ao papa em agosto deste ano e, em setembro, recebeu uma carta de agradecimento da Santa Sé. Para ele, “foi uma emoção muito grande” ver o papa Francisco usando as vestes na missa de ontem.

“Na Amazônia existe uma diversidade muito grande de fauna, de flora, e as árvores elas têm essa vida. Então tudo isso foi colocado de uma forma que dialogasse com o sínodo também, porque o sínodo ele é esse momento privilegiado, onde a diversidade e a pluralidade da Igreja se reúnem na unidade do Espírito, ela está ali para dialogar, para escutar, para olhar novos caminhos”, disse.

“Eu particularmente me sinto muito feliz porque saber que eu pude ajudar a vestir o sucessor de Pedro, aquele que é o vigário de Cristo aqui na terra, aquele que representa a unidade da igreja sem dúvida é uma bênção, é uma honra muito grande e não só para mim, mas para todos os que moram na Amazônia e também no nosso Brasil”, acrescentou.