O arcebispo de Poznan, Polônia, dom Stanislaw Gadecki, disse hoje (26) que uma dificuldade da sinodalidade reside em distinguir a prática pastoral – que pode ser adaptada a diferentes circunstâncias culturais – da doutrina da Igreja.

“Na doutrina, a Igreja não pode trazer os diferentes pontos de vista daqueles que vêm de outros continentes ou de outras partes do mundo. A doutrina tem que ser ‘católica’ [universal] e a mesma para todos”, disse dom Stanislaw Gadecki, em coletiva de imprensa do Sínodo da Sinodalidade.

Isto contrasta com “diferentes expressões pastorais” de doutrina que aparecem em diferentes culturas, línguas e situações históricas, disse o presidente da Conferência Episcopal Polonesa.

Gadecki é um dos três bispos poloneses que participam da assembleia do sínodo dos bispos, no Vaticano, de 4 a 29 de outubro, sobre sinodalidade.

Ele disse que o método deste sínodo traz diferenças e acordos, e os participantes não escondem os desafios.

“Seria inútil nos reunirmos durante um mês e esconder dificuldades que existem em diferentes situações ou relacionadas com diferentes questões que exigem resposta”, disse.

Sobre a prática pastoral versus doutrina, Gadecki destacou que “os países têm as suas próprias histórias e também devem estar em sintonia com essa história” – incluindo respostas negativas às ações da Igreja.

Ele disse que diferentes expressões pastorais não influenciam a doutrina cristã, o magistério, a Sagrada Escritura e a sagrada tradição.

“No que diz respeito às coisas essenciais, não pode haver um desenvolvimento da doutrina cristã, mas nas coisas que não são essenciais, pode sempre haver uma mudança, desde que essa mudança seja um verdadeiro desenvolvimento”, disse, referindo-se ao conceito teológico do desenvolvimento da doutrina.

Um bispo ortodoxo romeno, que participa no sínodo como delegado fraterno, um participante sem voto, disse que um desafio na compreensão ortodoxa da sinodalidade é chegar a um consenso entre os bispos.

“Na Igreja Ortodoxa, não é a maioria que 'decide', como frequentemente vemos nos processos sinodais”, disse Iosif Pop, bispo metropolita da Europa Ocidental e Meridional.

O lado bom da sinodalidade, acrescentou, “é que nunca estamos sozinhos quando tomamos decisões”.