O argentino Carlos Eduardo José, expulso do estado clerical e foragido da justiça desde 22 de agosto, quando deveria comparecer para receber sua sentença por abuso sexual de uma menor, é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Ele é alvo de uma "circular vermelha" com um mandado de prisão por agressão sexual, agravado por sua condição de "ministro de culto e por encontrar-se na guarda da vítima".

Essa circular, datada de 29 de agosto, diz que Carlos Eduardo José é um fugitivo "procurado por processos criminais" pelo sistema judiciário argentino. Ele "é acusado de ter abusado sexualmente de M.G." na casa da vítima, "aproveitando-se do medo que ele incutia nela por causa da autoridade eclesiástica e escolar que possuía, o que a impedia de consentir e resistir a tais ataques".

Por seu crime, ele seria condenado em 22 de agosto nos tribunais de San Martín, em uma audiência à qual ele não compareceu.

Segundo o Infobae, fontes a par do caso disseram que, a pedido dos tribunais, a circular contra o padre expulso não está disponível para consulta no site da Interpol Argentina.

No entanto, esclarece que todos os 195 países membros têm a notificação para a captura dessa pessoa. Informa também que a Polícia Federal está procurando por ele.

A diocese esclarece que o fugitivo não é mais membro do clero católico.

O advogado da vítima, Héctor Silveira, acusa a Igreja Católica de dar cobertura ao acusado "para que ele continue fugindo". Ele diz isso no processo, argumentando que uma cirurgia recente feita em José foi coberta pela Asociação Eclesiástica São Pedro, a obra social da Conferência Episcopal Argentina, que é exclusiva para padres em atividade.

A audiência do caso contra Carlos Eduardo José havia sido marcada para 22 de agosto, quando ele deveria ser condenado pelo crime de "abuso sexual gravemente ultrajante duplamente agravado", mas ele não compareceu e não foi encontrado em seu endereço legal na cidade de Caseros, na província de Buenos Aires.

Quando essa situação se tornou conhecida em agosto, a diocese de San Martín esclareceu à comunidade que Carlos E. José "recebeu a dispensa do estado clerical e não pertence mais ao clero da Igreja Católica desde 2017".

Como em comunicações anteriores sobre o caso, a diocese reiterou "a firme vontade de colaborar com a verdade e a justiça", ao mesmo tempo em que expressou sua solidariedade para com as vítimas e com "todas as pessoas que foram afetadas e feridas durante todo esse doloroso processo".

A diocese também renovou o compromisso de "continuar trabalhando e rezando" na "Igreja diocesana por uma autêntica cultura de cuidado".

José havia sido preso preventivamente em 2017, mas foi libertado em 2021, quando o Tribunal Penal Oral nº 2 de San Martin o absolveu por considerar que os fatos tinham prescrito.

Antes de ser preso em 2017, ele também estava foragido há uma semana, mas após a repercussão midiática do caso, ele se entregou à justiça.