O docudrama "Isabel Cristina: uma história de martírio", sobre a beata brasileira Isabel Cristina Mrad Campos, será lançado gratuitamente no domingo (22), às 20h, pela Lumine, plataforma católica de streaming do Brasil, através do seu  canal do YouTube e em sua plataforma exclusiva para assinantes.

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG). Ela participava frequentemente da missa, dos sacramentos e da Associação de Voluntariado das Conferências de São Vicente. Em 1982, mudou-se para Juiz de Fora (MG) para fazer um curso pré-vestibular, pois queria cursar Medicina para ajudar as crianças carentes. No dia 1º de setembro daquele ano, um homem que foi ao apartamento dela montar um guarda-roupa tentou violentá-la, mas Isabel resistiu. Diante da resistência, ele a matou com 15 facadas.

Em 27 de outubro de 2020, o papa Francisco reconheceu o martírio de Isabel Cristina. Ela foi beatificada em 10 de dezembro de 2022, em Barbacena (MG). Sua memória litúrgica é celebrada no dia do martírio, 1º de setembro.

O lançamento do filme sobre a beata Isabel Cristina acontece menos de um ano após sua beatificação e será assistido por seus conterrâneos, no domingo à noite, em um telão no santuário de Nossa Senhora da Piedade, Barbacena, local onde Isabel Cristina foi batizada e recebeu a primeira comunhão.

Segundo a Lumine, este será o primeiro longa-metragem sobre a vida da mártir brasileira que será interpretada pela atriz Cris Eifler. O filme mescla o formato de documentário com cenas de ficção e resgata a trajetória de Isabel Cristina Mrad Campos, assassinada no dia 1º de setembro de 1982, em Juiz de Fora (MG), aos 20 anos. Ela foi morta com 15 facadas, após resistir uma tentativa de estupro de um homem que foi montar um guarda-roupa em seu apartamento.

A produção da Lumine contou a ACI Digital que a ideia de produzir um documentário sobre a beata mineira aconteceu pouco antes dela ser beatificada, quando pároco do santuário Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena (MG), monsenhor Danival Milagres conversava com o empresário e membro da Pastoral da Comunicação da igreja, Gustavo Grossi. Na época ele ficou impressionado com a história de Isabel Cristina e queria conta-la por onde passava, pois, a grande mensagem de sua beatificação “é sobre encontrar santidade nas pequenas coisas da vida”. Com isso, surgiu a ideia de documentar, em vídeo e em tempo real, tudo que estava acontecendo. Então, decidiu falar com a Lumine.

"Vi na produção cinematográfica uma oportunidade de não apenas documentar, mas também trazer um toque artístico, além de contribuir para dar continuidade no processo de canonização da beata. Foi como se Deus me chamasse para essa missão. Sabendo da importância e magnitude do projeto, busquei a parceria com quem já tinha o conhecimento, a Lumine", relatou Grossi. 

Após a conversa, a Lumine aceitou a proposta do empresário e iniciou a produção com a ajuda financeira de muitos fiéis da paróquia Nossa Senhora da Piedade. O docudrama foi concluído em menos de um ano. 

“É uma gratificação muito grande saber que as comunidades das paróquias confiam em nós para contar essas histórias. Esse é o nosso maior troféu”, declarou o fundador da Lumine, Matheus Bazzo.

Para Gustavo Grossi, a parceria entre o santuário Nossa Senhora da Piedade e a Lumine “para esse projeto foi uma decisão de Deus”. “Após um ano de trabalho, trazemos mais vida à história de Isabel Cristina", disse o empresário. 

O documentário também contém filmagens da cerimônia de beatificação, depoimentos de pessoas que conviveram com Isabel Cristina, compartilhando detalhes até então desconhecidos sobre a vida da mártir da castidade. Foram ouvidos parentes próximos, amigos e o arcebispo emérito de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio, que morreu meses depois da entrevista, em 26 de julho. A produção também foi à paróquia e à escola onde Isabel Cristina estudou e obteve relatos de algumas pessoas que conviveram com a beata.

O roteirista e diretor do docudrama, Gustavo Leite disse que “geralmente, quando se contam as histórias dos santos, é um processo de fora para dentro. Mas, nesta obra”, foi “de dentro para fora”. “Entramos na intimidade e alcançamos algo exclusivo”, contou Leite.

A produção ainda relatou que a partir dos testemunhos foram reconstituídas passagens da vida de Isabel Cristina, como no dia de seu assassinato. Segundo a Lumine, há uma característica estética diferenciada neste docudrama, as cenas são metade coloridas, metade em preto e branco. E, ao contrário do que o senso comum pode indicar, não são as captações atuais dos relatos que vêm em cores.

“Nós decidimos contar a história como se estivéssemos lá, enquanto ela vivia; e não agora, quando conversamos com as pessoas”, disse Gustavo Leite.