O arcebispo de Newark, EUA, cardeal Joseph Tobin, respondeu a duas perguntas sobre como a Igreja acolhe os “católicos LGBTQ+” (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer e mais), e sobre como trata os fiéis que amam a missa tradicional.

Na coletiva de imprensa de ontem (10), sobre o Sínodo da Sinodalidade no Vaticano, o cardeal respondeu a uma pergunta sobre os “excluídos” citados no documento de trabalho, como as pessoas divorciadas em novas uniões e pessoas que se identificam como LGBTQ+.

O Sínodo da Sinodalidade foi convocado no mês de outubro de 2021 sob o lema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. 365 pessoas participam da sessão que está acontecendo neste mês de outubro em Roma, entre bispos, religiosos, padres, diáconos e leigos. Pela primeira vez, os não-bispos – incluindo 54 mulheres – terão o direito de voto.

Respondendo a uma pergunta feita por um jornalista italiano, o cardeal recordou que há alguns anos recebeu “na catedral uma peregrinação de pessoas que se sentiam marginalizadas por causa de sua orientação sexual – pessoas LGBTQ+. Não pude estar em todo o culto devido a outros compromissos, mas eu os acolhi”.

“Um dos meus bispos auxiliares, um cubano-americano, fez uma reflexão maravilhosa após as boas-vindas que dei: 'Temos uma bela catedral (...) provavelmente a mais bonita da América do Norte. (…) O bispo Mani (Manuel Aurélio) Cruz disse: 'Este é um lugar maravilhoso e lindo, mas é muito mais bonito quando as portas estão abertas'”, continuou.

“Portanto, acho que a verdadeira beleza da nossa Igreja Católica fica clara, quando as portas estão abertas, quando dão as boas-vindas. E espero que o sínodo nos ajude a ser assim de uma forma mais significativa”, disse o arcebispo.

O que o cardeal Tobin diria àqueles que amam a missa tradicional?

O cardeal respondeu depois à pergunta de outro jornalista, desta vez em inglês, sobre o que diria aos católicos que amam a missa tradicional e se sentem fora da Igreja, também nos EUA.

“Diria que a experiência de se sentir excluído é algo que infelizmente faz parte dos sinais dos tempos, e não apenas para quem gosta muito da missa tradicional”, disse.

O cardeal recordou depois que, quando foi arcebispo de Indianápolis, teve que fechar algumas paróquias, algo que fez parte de “algumas decisões muito dolorosas” e que só “dois ou três anos depois” conseguiu constatar que “isso foi bom para nós. Só soubemos disso com o tempo.”

“Com as pessoas que amam a missa tradicional, ainda estão sob as condições de dois motu proprios, bem como das decisões do Dicastério para o Culto Divino. Ainda há oportunidades, talvez não as que estavam acostumadas. Eu sei que isso causou muita dor para as pessoas que amam essa missa, mas não acho que elas tenham sido deixadas de fora da Igreja Católica”, disse ele.

AO papa Francisco publicou o motu proprio Traditionis custodes em 16 de julho de 2021. O texto restringe quase completamente a celebração da missa tradicional com o Missal de 1962 anterior à reforma do Concílio Vaticano II.

Com este documento, o papa modificou as disposições dadas pelo seu antecessor, o papa Bento XVI, no seu motu proprio Summorum Pontificum, texto que liberou a missa tradicional em latim.

Entre as principais disposições da Traditionis custodes está determinado que o bispo deve ser quem autoriza a celebração da missa com o missal de 1962.

Se o padre que pediu permissão foi ordenado após a publicação do motu proprio, então cabe à Santa Sé dar a autorização. Fica também estabelecido que não podem ser criados novos grupos que celebrem a missa tradicional em latim e que é abolida qualquer disposição que não esteja de acordo com o motu proprio.

Em 21 de fevereiro de 2023, o papa Francisco confirmou a implementação da Traditionis custodes.