O secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé, arcebispo Paul Richard Gallagher, reiterou o apoio da Santa Sé à Ucrânia em seu discurso no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) ontem (20).

“A Santa Sé, por sua vez, está próxima da Ucrânia e apoia plenamente a sua integridade territorial, além de continuar a participar em iniciativas humanitárias destinadas a aliviar o sofrimento da população ucraniana, especialmente a parte mais frágil e vulnerável”, disse dom Gallagher.

Ele pediu que “todos os Estados e organizações internacionais relevantes para que se tornem artesãos criativos e corajosos da paz e tecelões do diálogo construtivo”.

Segundo Gallagher, o conflito na Ucrânia, iniciado pela invasão russa de fevereiro do ano passado, é um conflito "cruel" e "sem sentido". Especialmente crianças, jovens e idosos que "pagam o preço mais alto", disse o arcebispo.

“As suas consequências negativas já podem ser vistas nos âmbitos humanitário, demográfico, alimentar, sociopolítico, jurídico, econômico, ecológico, militar, nuclear, energético, saúde, educação, religião, migração e outros, que são elementos fundamentais da arquitetura da segurança mundial”, disse Gallagher. “A agressão só pode gerar novas agressões. Se essa guerra não for interrompida e a paz não for buscada a cada passo, o mundo inteiro corre o risco de afundar em crises ainda mais profundas”.

Gallagher disse à comunidade internacional que “a solução para a guerra na Ucrânia não é uma questão que diz respeito apenas à Ucrânia”.

“Diante da tragédia”, continuou, “que se desenrola diante dos nossos olhos, é hora de nos perguntarmos algumas das perguntas do papa Francisco: ‘O que estou fazendo hoje pelo povo ucraniano? Estou fazendo algo?'"

Segundo Gallagher, para ter um futuro pacífico e seguro, todos os Estados-membros das Nações Unidas, e especialmente os deste Conselho de Segurança, são chamados a unir forças na busca de uma paz justa e duradoura para a Ucrânia, como um elemento importante da paz global que o mundo anseia. “É melhor e mais econômico para todos investir na paz do que na guerra!”

Ele falou da importância da paz não apenas a nível internacional e institucional, mas também nos corações e lares das pessoas.

O discurso de dom Gallagher concluiu com um apelo a todos os Estados-membros das Nações Unidas e às organizações internacionais relevantes para se tornarem construtores corajosos do diálogo, destacando que a paz é uma realidade conhecida por todos e que é hora de nos comprometermos com a sua busca.

“A todos vocês, e especialmente à conturbada Ucrânia, quero expressar o meu desejo sincero de que a paz desejada possa voltar para alegrar o mundo inteiro.”