“A tentação é sempre passar de ser ‘testemunhas cristãs’ a ‘acusadores cristãos’. O único acusador é o diabo; não assumamos o papel do diabo, assumamos o papel de Jesus, aprendamos com Jesus, com as bem-aventuranças”, disse o papa Francisco hoje (15) ao receber os participantes do V Congresso Internacional dos Oblatos Beneditinos, que ocorre entre 9 e 16 de setembro.

“Num mundo globalizado, mas fragmentado, apressado e dedicado ao consumismo, em contextos em que as raízes familiares e sociais, por vezes, parecem quase dissolver-se, não há necessidade de cristãos que apontem o dedo, mas de testemunhas apaixonadas que irradiem o Evangelho ‘na vida através da vida’”, disse Francisco.

No seu discurso, o papa destacou o carisma beneditino de ter “coração dilatado pela soberania indescritível do amor”, falando da importância desta qualidade na espiritualidade monástica que influenciou o mundo inteiro.

Francisco exortou os Oblatos Beneditinos a concentrarem-se em três aspectos como é hábito da retórica jesuíta de ressaltar sempre três coisas. Desta vez, o papa destacou a busca de Deus, a paixão pelo Evangelho e a hospitalidade.

Criticou a tentação de “se fechar” e disse que “hoje, na nossa civilização, na nossa cultura, na cultura cristã, uma das formas de fechar-se é fofocando, ‘sujando’ os outros: ‘Fecho-me porque este é um desgraçado’".

Segundo o papa, nunca falar mal dos outros pode levar ao caminho da santidade ou da “canonização”.

Francisco encorajou os oblatos a continuar se entregando ao amor de Deus, mantendo viva a paixão pelo Evangelho e praticando a hospitalidade, especialmente em relação aos mais pobres.