Como parte de um esforço diplomático para negociar o fim dos combates entre ucranianos e russos na Ucrânia, o cardeal Matteo Zuppi, enviado especial do papa Francisco para o tema, foi a Pequim hoje (12).

A Santa Sé confirmou que, de 13 a 15 de setembro, o arcebispo de Bolonha e também presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) estará na capital chinesa, acompanhado por um funcionário da Secretaria de Estado.

"A visita constitui mais uma etapa da missão desejada pelo Papa para apoiar iniciativas humanitárias e a busca de caminhos que possam levar a uma paz justa", disse um comunicado da Santa Sé emitido na tarde de hoje (12).

Zuppi já esteve em Kiev e Moscou, capitais de Ucrânia e Rússia, em junho, e foi à capital dos EUA, Washington, em agosto. Tropas russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.

O cardeal Zuppi, que também participou do encontro internacional "A audácia da paz" em Berlim, organizado pela Comunidade de Santo Egídio (de 10 a 12 de setembro), disse que "a paz não deve ser imposta por alguém", mas deve ser uma "escolha" dos próprios ucranianos "apoiada por garantias, compromisso e esforços de todos", diz o Vatican News.

Essa é uma tentativa de alcançar uma "paz justa e segura na Ucrânia", disse o cardeal Zuppi. Ele também destacou a necessidade de "paz criativa" e paciência na resolução de conflitos, respondendo às críticas sobre a lentidão da diplomacia.

O cardeal disse que tanto o governo ucraniano quanto o povo estão bem cientes do "apoio que a Igreja e o papa sempre deram ao seu sofrimento". E ele insistiu que sua missão é ser um "buscador da paz", lembrando as palavras do papa na coletiva de imprensa no voo de volta da Mongólia em 4 de setembro.

Na semana passada, o Instituto para as Obras de Religião (IOR), também conhecido como Banco do Vaticano, repudiou as declarações de Mykhailo Podolyak, o principal assessor do presidente ucraniano, que acusou o órgão financeiro de receber e investir dinheiro russo e o papa de ser "pró-russo".