O padre Mauricio Valdivia Prado foi impedido de entrar na Nicarágua depois de uma viagem à República Dominicana, segundo o jornal nicaraguense La Prensa. O padre é diretor de uma escola em Manágua.

"É lamentável que a ditadura continue sendo tão cruel contra os religiosos e pior ainda contra aqueles que são cidadãos nicaraguenses, como o padre Mauricio Valdivia", disse ao jornal Martha Patricia Molina, autora do relatório "Nicarágua: uma Igreja perseguida?", que relata mais de 500 agressões do regime contra católicos no país nos últimos cinco anos. O presidente da nicarágua, Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma mais de 30 anos no poder, persegue a Igreja Católica desde 2018, quando bispos e padres apoiaram os protestos contra as condições de vida na Nicarágua.

Molina também disse que as autoridades migratórias "não dão uma explicação legal para essa arbitrariedade", e lamentou: "Já é uma prática ou costume que se tornou lei no país: um padre que sai tem o exílio garantido".

Os padres Eladio Sánchez, que em agosto viajou para a Itália para o enterro de seu irmão Orlando; Tomás Sergio Zamora e William Mora, que no mesmo mês viajaram para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa também foramimpedidos de voltar à Nicarágua.

Outros padres que saíram e não puderam voltar são: o padre Deyvis López, o padre José Domingo Cuesta, o padre Guillermo Blandón e o padre Juan de Dios García.