Um estudo de um grupo de reflexão com sede em Washington D.C, EUA, diz que mães com filhos pequenos lideram um aumento na participação feminina na força de trabalho.

O Hamilton Project, iniciativa de política econômica do grupo de pesquisa Brookings Institution, disse em agosto que uma análise recente da participação na força de trabalho mostrou que a “taxa [de participação no trabalho] para mulheres em idade ativa” havia recentemente “excedido seu máximo histórico” após cair durante a pandemia de covid-19.

Em uma análise controlada desses dados, os pesquisadores descobriram que as “mulheres em idade ativa”, as quais definem como mulheres com idades entre 25 e 54 anos, lideravam a recuperação “geral” da participação no trabalho nos meses recentemente pesquisados. Para eles, “mulheres cujo filho mais novo tem menos de cinco anos” lideram o ressurgimento desse grupo demográfico.

“No geral, o crescimento da participação entre mães com filhos pequenos desde 2020 excede o de outras mulheres em idade produtiva quando diferenciado pela idade do filho mais novo”, disse o estudo.

O estudo constatou outras mudanças demográficas notáveis, incluindo o fato de mães solteiras e casadas com filhos pequenos participarem cada vez mais na força de trabalho em taxas iguais. A mudança ocorre anos após mães solteiras trabalharem a taxas consideravelmente mais elevadas.

“De 2016 a 2019, a taxa média de participação na força de trabalho para mulheres casadas com filhos pequenos foi de 63,2% e para mulheres solteiras com filhos pequenos foi de 72,6%”, disse o Hamilton Project.

No entanto, “nos primeiros seis meses de 2023, as mulheres casadas e com filhos pequenos tinham uma taxa de participação na força de trabalho de 69%, e era de 72,1% para as solteiras”.

A convergência aconteceu devido ao declínio acentuado de mães solteiras que trabalham em 2020, juntamente com um aumento de mães trabalhadoras casadas e solteiras nos anos seguintes, segundo gráficos de dados produzidos pelo Hamilton.

Os pesquisadores observaram que “a participação na força de trabalho entre as mães com filhos pequenos sempre foi e continua a ser inferior à daquelas que não têm filhos ou que têm filhos mais velhos”, um fator que, segundo eles, estava mudando devido a “mercados de trabalho apertados, à natureza mutável e compensação pelo trabalho, evolução das normas em torno do trabalho e a necessidade de trabalhar quando os filhos são pequenos”.

Os pesquisadores observaram ainda que “as flexibilidades de trabalhar a partir de casa que tornam mais fácil para as mães aceitar e manter um emprego” podem estar impulsionando o aumento da participação na força de trabalho.

O estudo argumentou que os EUA poderiam fazer mais para promover uma política de “licença maternidade universal remunerada”. A Brookings Institution argumentou no passado a favor de tais políticas, que são comuns em todos os países da Europa Ocidental.

As políticas de licença familiar são amplamente populares nos EUA, embora uma colcha de retalhos de leis estaduais e federais ofereça relativamente poucas opções de licença para muitos trabalhadores, homens ou mulheres.

Uma sondagem da Pew Research Institute feita há alguns anos mostrou que “mais de 80% dos adultos americanos inquiridos acreditam que as mulheres deveriam ter licença maternidade remunerada”, enquanto “pouco menos de 70% apoiam a licença de paternidade remunerada”.

Os líderes católicos têm manifestado regularmente um amplo apoio às políticas de licença familiar. Em 2018, a conferência dos bispos católicos dos EUA disse “encorajar e acolher” os esforços para descobrir “a melhor forma de fornecer políticas de licença remunerada para os novos pais”.

A Santa Sé oferece uma política generosa de licença maternidade de cinco meses para novas mães, bem como uma política de licença paternidade de três dias para pais com novos filhos.