O papa Francisco anunciou na Audiência Geral de hoje (30) que publicará uma segunda parte da Encíclica Laudato Si', no dia de são Francisco de Assis, 4 de outubro.

Francisco escolheu a data porque coincide com a conclusão do chamado “Tempo da Criação”, que é celebrado de 1º de setembro a 4 de outubro de 2023.

Durante a saudação aos fiéis de língua italiana que o ouviam na Aula Paulo VI do Vaticano, o papa disse que no próximo dia 1º de setembro “será celebrado o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, inaugurando o “Tempo da criação”, que durará até 4 de outubro, festa de são Francisco de Assis”

“Nessa data”, continuou ele, “pretendo publicar uma Exortação, uma segunda Laudato si’. Unamo-nos aos nossos irmãos e irmãs cristãos no compromisso de cuidar da criação como dom sagrado do Criador”.

Ele também exortou a “estar ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática, esforçando-nos por pôr fim à guerra insensata contra a nossa Casa comum”, uma “guerra mundial” que o papa descreveu como “horrível”. “Exorto todos a trabalhar e a rezar a fim de que ela volte a ser abundante de vida”, pediu

No dia 26 de agosto, durante uma audiência com uma delegação de advogados dos países membros do Conselho da Europa, o papa Francisco anunciou que está trabalhando na Encíclica.

Francisco publicou a Encíclica Laudato Si' em 24 de maio de 2015 e seu título é retirado do Cântico das Criaturas de são Francisco de Assis.

Segundo o papa, a Laudato Si’ é uma encíclica “social” e um convite “a parar e pensar sobre os desafios do meio ambiente”.

Nela, o papa apela ao cuidado da criação como uma necessidade para o cuidado integral da pessoa, e recorda que “a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta”.

Na encíclica o papa reflete sobre a relação do ser humano com o meio ambiente e consigo mesmo. Para o papa, a ecologia humana implica “a relação necessária da vida do ser humano com a lei moral inscrita na sua própria natureza”, “indispensável para se poder criar um ambiente mais dignificante”.

Como informou a Santa Sé no dia 30 de agosto, na sua mensagem para a Festa da Criação, o papa Francisco disse que “neste Tempo da Criação, como seguidores de Cristo no nosso caminho sinodal comum, vivamos, trabalhemos e rezemos para que a nossa casa comum seja novamente repleta de vida. Que o Espírito Santo continue a pairar sobre as águas e nos guie para renovar a face da terra”.

Ele também falou do “pulsar do coração da criação e do coração de Deus”, que “não estão harmonizados, não batem em uníssono pela justiça e a paz”.

O “tempo da criação”

Ao longo do “Tempo da Criação”, os eventos globais e regionais cobrirão vários temas, incluindo serviços de oração e uma vigília ecumênica de oração na Praça de São Pedro, no Vaticano, organizada por Taizé no dia 30 de Setembro.

Acontecerá a aprovação e promoção do Tratado de “Não Proliferação de Combustíveis Fósseis (TNPCF)” para mitigar a crise das mudanças climáticas por parte da Igreja na América Latina, Oceania e África, bem como a limpeza de áreas naturais e seminários.

Em particular, o Movimento Laudato Si' estende um convite especial para se juntar à campanha para rezar e agir pela justiça climática antes da COP 28. A campanha inclui orações pelos líderes políticos com responsabilidades na próxima COP e por todos aqueles encarregados de tomar decisões imediatas para enfrentar a crise climática.

Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, o “Tempo da Criação” oferece também a oportunidade de renovar a nossa relação com o Criador e com toda a criação através da celebração comunitária, da conversão e do compromisso pessoal. Durante este tempo, a Igreja Católica une-se à família ecumênica na oração e na ação pela nossa casa comum.