O russo Alexander Baranov, de 34 anos, foi satanista. Na sexta-feira (25), ele deu o seu testemunho ao papa Francisco, que participou de um evento especial da Igreja Católica na Rússia por videoconferência.

“Meu nome é Alexander, tenho 34 anos. E há dez ou 12 anos eu estava o mais longe possível da Igreja. Eu era satanista, participava de rituais ocultos, fazia e dizia muitas coisas não muito boas”, contou o jovem ao prestar seu testemunho ao papa e aos participantes do 10º Encontro de Jovens Católicos da Rússia, que aconteceu de 24 a 27 de agosto em São Petersburgo.

“Já se passaram cinco anos desde que estou na Igreja e, pelo segundo ano no seminário, reconheço um chamado ao sacerdócio”, continuou ele, segundo o site da arquidiocese da Mãe de Deus em Moscou.

Alexandre Baranov. / TB Kaha

Alexander comentou então a importância de um serviço especial que a Igreja Católica pode oferecer ao mundo: “Tirar uma pessoa das trevas. Pelo menos foi assim na minha vida."

O seminarista alertou que diferentes experiências como “o medo, a dor da perda, a experiência da própria fraqueza, a violência vivida, o trauma”, entre outras, podem empurrar as pessoas para a escuridão, mesmo desde muito novas, o que gera um sentimento de indignidade e uma experiência de ódio contra si mesmo e contra Deus.

Esta experiência de “verdadeira escuridão” é agravada pelas superstições e pelo esoterismo, disse o ex-satanista.

“Olhemos ao nosso redor: quase uma em cada duas pessoas tenta controlar suas vidas com superstições, desde um fio vermelho na mão, passando pelo mau-olhado até a astrologia e coisas piores. Tudo isso é uma forma de dispensar Deus”, alertou o seminarista.

Essa escuridão, continuou Alexander, podem chegar a “formas bastante extremas” e situações que foram “tão longe nisso que é necessário um verdadeiro milagre bíblico para trazê-las de volta à luz”.

No entanto, disse ele, “desta mesma escuridão, Cristo traz uma pessoa através da Igreja, se a pessoa se permitir. Como ele tirou os endemoninhados das tumbas. Como ele me tirou, como me libertou e me mostrou um caminho diferente”.

“Cristo pode mostrar que apesar da fraqueza, apesar da dor, apesar de todas as experiências negativas, você é digno de vida, salvação e amor. E devemos falar sobre isso, vale a pena proclamar, vale a pena vivê-lo”, disse o seminarista.

Ele disse que esta realidade supera qualquer disputa interna na Igreja, incapaz de atrair ou salvar as pessoas, porque “Cristo realmente cura, ele realmente conduz das trevas à luz, da morte à vida, de Satanás a si mesmo e ao Pai".

“Como ele me tirou, ele pode tirar qualquer um. Se ao menos fizéssemos tudo o que está ao nosso alcance para que o maior número possível de pessoas O conheçam e saibam do Seu poder”, concluiu.

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