“Ouso pedir a ajuda de vocês, mestres do jornalismo: Ajudem-me a contar este processo (o Sínodo) como ele realmente é, saindo da lógica dos slogans e das histórias pré-confeccionadas, com a realidade”, que é “a única verdade”, disse o papa Francisco no sábado (26) ao receber a delegação que lhe deu o prêmio Jornalismo.

Francisco disse no seu discurso que espera que “num tempo em que todos parecem comentar tudo, prescindindo dos fatos”, o princípio da realidade seja redescoberto “e cultivado cada vez mais”.

Francisco alertou sobre os quatro “pecados do jornalismo”.

“A desinformação, quando o jornalismo não informa ou informa mal; a calúnia (tantas vezes usada); a difamação, que é diferente da calúnia, mas que destrói; e a quarta é a coprofilia, ou seja, o amor ao escândalo, à sujeira porque o escândalo vende”, disse Francisco.

Francisco fez esta advertência ao lembrar que a comunicação tem a ver com escuta e encontro, “não é um slogan. Preocupam-me, por exemplo, as manipulações daqueles que propagam notícias falsas, de modo egoístico, para orientar a opinião pública. Por favor, não cedamos à lógica da contraposição, não nos deixemos condicionar pela linguagem do ódio”.

O Sínodo da Sinodalidade no Vaticano

“Em pouco mais de um mês, bispos e leigos de todo o mundo reunir-se-ão aqui em Roma para um Sínodo sobre Sinodalidade; ouvir juntos, discernir juntos, rezar juntos”, disse o papa Francisco.

A primeira fase do Sínodo da Sinodalidade foi inaugurada em outubro de 2021. Ao final das etapas diocesana e continental, acontecerão duas assembleias no Vaticano: a primeira, de 4 a 29 de outubro de 2023, e a segunda em outubro de 2024.

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Serão um total de 364 participantes, todos com direito a voto, incluindo 54 mulheres que votarão pela primeira vez num sínodo.

“Compreendo muito bem que falar de um 'Sínodo sobre a Sinodalidade' possa parecer difícil de entender, autorreferencial, excessivamente técnico, desinteressante para o público em geral. Mas o que aconteceu no ano passado e que continuará com o momento da assembleia no próximo mês de outubro e depois com a segunda etapa do Sínodo de 2024, é algo verdadeiramente importante para a Igreja”, disse o papa Francisco.

Depois de recordar que foi são Paulo VI quem criou a Secretaria do Sínodo dos Bispos há 60 anos, o papa encorajou “a habituar-se a ouvir, a falar, a não bater a cabeça com uma palavra”.

“Estamos tentando aprender um novo modo de nos relacionar, ouvir uns aos outros para ouvir e seguir a voz do Espírito. Por isso, abrimos as portas, oferecendo a todos a oportunidade de participar, levando em conta as diversas necessidades e sugestões de todos”, continuou. “Queremos contribuir juntos para a construção de uma Igreja, onde todos se sintam em casa, onde ninguém se sinta excluído. Aquela palavra do Evangelho que é muito importante: todos. Todos, todos: não há católicos de primeira, segunda ou terceira classe, não. Todos juntos. Todos. É o convite do Senhor”.

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