O libertário Javier Milei obteve a maioria dos votos de quase todas as nas eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO) da Argentina realizadas no domingo (13), etapa anterior às eleições gerais de outubro.

Com 97,39% dos votos apurados, o economista Milei, do partido “A Liberdade Avança”, cuja bandeira principal é a defesa da vida, da liberdade e da propriedade, obteve 30,04% dos votos.

A chapa “Juntos pela Mudança”, ficou em segundo com 28,27% dos votos entre seus dois candidatos —Patricia Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta—, e em terceiro lugar ficou a chapa governista “União pela Pátria”, cujo candidato, Sergio Massa, atual ministro da Economia, obteve 21,40%, e seu concorrente interno, Juan Grabois, 5,87%.

Os resultados foram surpreendentes, com forte apoio à proposta de Milei, que aparece como novidade contra o partido governista kirchnerista e o bloco de oposição Juntos pela Mudança, força que governou entre 2015 e 2019 com Mauricio Macri.

O economista começou participando de debates na televisão e se tornou um fenômeno midiático baseado em ideias como a privatização de empresas, o fechamento de ministérios ou a dolarização da economia.

O candidato se opõe ao aborto, que é legal na Argentina desde 2020, a educação sexual integral e a ideologia de gênero.

Seu principal inimigo é o que ele chama de "a casta política". Minutos depois de sua vitória ele a descreveu como "parasitária, chorra [ladra] e inútil".

Uma das polêmicas mais fortes foi causada pela ideia de Milei de “buscar mecanismos de mercado” para reduzir a espera de quem precisa de transplantes de órgãos. Também propõe a desregulamentação da venda de armas.

Ele pretende cortar gastos públicos em áreas como saúde, educação e desenvolvimento social, criando um ministério único para os três. Quanto à educação, propõe que não seja obrigatória nem gratuita.

Padre alerta sobre ideias "bastante preocupantes" de Milei

Antes das eleições prévias, a convite do espaço Rincón Apologético, o padre Javier Olivera Ravasi analisou o pensamento e as propostas de Javier Milei.

Quanto ao liberalismo "que coloca o indivíduo como o centro de tudo, independentemente até da realidade", lembrou que se trata de uma ideologia, um sistema de pensamento "condenado pela Igreja em uma famosa encíclica chamada Libertas".

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O padre disse que a proposta de Milei “tem coisas muito boas: é a favor da vida, contra o aborto, contra a ideologia de gênero, educação sexual integral, contra planos sociais indiscriminados”.

No entanto, alertou sobre “outros pontos que são bastante preocupantes, e que especialmente os jovens, que às vezes não sabem ver as nuances, não percebem que são coisas incompatíveis com o pensamento cristão”.

Como exemplo, falou daquela “famosa frase que ele repete: que o liberalismo é o respeito irrestrito do projeto de vida do próximo, baseado no direito à vida, etc.”.

“Para um cristão é o projeto irrestrito de vida de Deus em relação a si mesmo”, comparou.

Embora tenha considerado que pode ser o candidato "menos pior", observou alguns pontos contra ele. "Por exemplo, Javier Milei disse em seu momento em sua plataforma que era contra a Argentina se considerar um país católico" e que em um lugar público "haja um crucifixo ou que Jesus Cristo seja invocado".

Ele questionou as ideias de Javier Milei, como a venda livre de drogas, de órgãos ou de filhos, com o argumento de que são propriedade dos pais.

O padre pediu para pensar que cada um vota num candidato pelo bem que tem, mas deve rejeitar “interna e externamente” as propostas “prejudiciais”.

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