Antes da oração do ângelus deste domingo (13), papa Francisco disse que “hoje Cristo repete a cada um de nós: "Coragem, sou eu, não tenha medo!". Coragem, em outras palavras, porque estou aqui, porque você não está mais sozinho nas águas agitadas da vida”, citando o Evangelho de Mateus 14,22-33, do XIX domingo do Tempo Comum, no qual Jesus “caminha sobre as águas do lago da Galileia ao encontro dos discípulos que fazem a travessia de barco”.

Francisco esclarece que por trás do caminhar sobre as águas de Jesus não há uma mensagem imediata que logo compreendemos. Ele disse que naquela época “as grandes extensões de água eram consideradas sedes de forças do mal que não podiam ser dominadas pelo homem; especialmente se agitados pela tempestade, os abismos eram um símbolo do caos e lembravam a escuridão do submundo” e “os discípulos encontram-se no meio desse lago no escuro”.

Papa Francisco diz que “eles há o medo de afundar, de serem puxados pelo mal”, mas Jesus vem caminhando sobre as águas, ou seja, sobre as forças do mal e diz aos seus discípulos: "Coragem, sou eu, não tenham medo!".

“É uma mensagem que Jesus nos dá. Eis o significado do sinal: as forças malignas que nos amedrontam e não conseguimos dominar, são imediatamente reduzidas com Jesus. Ele, caminhando sobre as águas, quer dizer-nos: "Não tenhais medo, lançarei vossos inimigos debaixo dos vossos pés" - uma bela mensagem: "Lançarei os vossos inimigos debaixo dos vossos pés", não o povo” Eles não são os inimigos, mas a morte, o pecado, o diabo: esses são os inimigos do povo, nossos inimigos. E Jesus pisa esses inimigos por nós”.

O papa revelou que “quando nos encontramos no mar e à mercê de ventos contrários” ou “com medo, que é um mar aberto”, a qual enxergamos “apenas a escuridão e sentimo-nos perdidos”; “Temos que fazer duas coisas” nos “momentos piores, mais sombrios e agitados”, como os discípulos fizeram no Evangelho: “invocar e acolher Jesus”.  

Pedro caminha pouco sobre as águas em direção a Jesus, mas depois se assusta, afunda e grita: “Senhor, salva-me!”, frisa Francisco que pede aos fiéis que “invoquem Jesus, chamem Jesus”.

“É linda esta oração, com a qual expressamos a certeza de que o Senhor pode nos salvar, que Ele vence o nosso mal e os nossos medos. Convido-vos a repetir agora todos juntos: Senhor, salva-me! Juntos, três vezes: Senhor, salve-me! Senhor, salve-me! Senhor, salve-me!”.

Francisco ressalta que, antes de acolheram Jesus no barco, os discípulos primeiro “invocam e depois dão as boas-vindas a Jesus no barco” e assim que Jesus subiu a bordo, “o vento cessou”.

“O Senhor sabe que o barco da vida, assim como o barco da igreja é ameaçado por ventos contrários e que o mar em que navegamos muitas vezes é agitado. Ele não nos preserva do cansaço da navegação, pelo contrário - sublinha o Evangelho – impulsiona-nos a partir: ou seja, convida-nos a enfrentar as dificuldades, para que também elas se tornem lugares de salvação, porque Jesus as supere, tornam-se oportunidades de encontro com Ele. Com efeito, nos nossos momentos de escuridão, Ele vem ao nosso encontro, pedindo para ser acolhido, como naquela noite no lago”, ressaltou.

“Perguntemo-nos então: nos medos, nas dificuldades, como me comporto? Vou sozinho, com as minhas forças ou invoco o Senhor com confiança? E como está minha fé? Creio que Cristo é mais forte que as ondas e os ventos contrários? Mas sobretudo: navego com Ele? Acolho-o, dou-lhe espaço no barco da minha vida, nunca só, sempre com Jesus? Confio-lhe o leme? Maria, Mãe de Jesus, Estrela do Mar, ajuda-nos a buscar a luz de Jesus nas escuras jornadas”, conclui o papa.

 

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