O padre Edivaldo Ferreira, que e se denomina “padre armamentista Êxodo 22,2”, não é padre da Igreja católica, disse o bispo de Joinville (SC), dom Francisco Carlos Bach, em nota publicada ontem (8). Ferreira, que se exibe com armamentos e faz campanhas pelo uso de armas nas redes sociais, “não faz parte da diocese de Joinville”, mas “pertence à igreja católica apostólica brasileira (ICAB)”, disse dom Carlos Bach.

“Esta igreja, apesar de se autodenominar “católica”, não está em comunhão com o santo padre, papa Francisco, e não faz parte da igreja católica apostólica romana. Sendo assim, o padre Edivaldo Ferreira não faz parte da diocese de Joinville”, ressalta o comunicado. “Todos os ritos e cerimônias religiosas realizadas por esta igreja são ilícitos para os fiéis católicos”.

A igreja católica apostólica brasileira (ICAB) foi fundada em 6 de julho de 1945, pelo ex-bispo de Botucatu, Carlos Duarte Costa. Por questões doutrinais, administrativas e envolvimento político, ele foi afastado da diocese.

Em 1942 o Brasil entrou na segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados. Costa apelou publicamente para que o então presidente da República, Getúlio Vargas interviesse na igreja e expulsasse bispos e sacerdotes “fascistas, nazistas e falangistas”; acusou a Ação Católica de espionagem em favor do totalitarismo da direita; prefaciou elogiosamente o livro “O Poder Soviético” de Hewlet Johnson e atacou por escrito as Forças Armadas do Brasil.

Costa foi preso acusado de ser comunista. Na época, o Partido Comunista havia sido proibido pela ditadura Vargas. Mas, em 1944 Costa perdeu a autorização para exercer suas funções religiosas e fundou, então a ICAB.

A ICAB aceita o divórcio e não adota o celibato sacerdotal obrigatório. Não há confissão e o sacerdote absolve os pecados dos fiéis que se confessam “diretamente a Deus”, segundo o site da instituição.

 

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