Hoje (9), durante a primeira Audiência Geral após as férias de julho, o papa Francisco falou sobre a sua viagem a Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Francisco disse que a JMJ “não são umas férias”, mas “um encontro com Cristo através da Igreja”.

Abaixo, as palavras do papa Francisco:

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Nos últimos dias fui a Portugal para a 37ª Jornada Mundial da Juventude.

Esta JMJ de Lisboa, que veio depois da pandemia, foi sentida por todos como dom de Deus, que voltou a colocar em movimento os corações e os passos dos jovens, muitos jovens de todas as partes do mundo – muitos! – para se encontrarem e encontrar Jesus.

A pandemia, como bem sabemos, incidiu gravemente nos comportamentos sociais: muitas vezes o isolamento degenerou em fechamento, e os jovens foram particularmente atingidos. Com esta Jornada Mundial da Juventude, Deus deu um “empurrão” na direção oposta: marcou um novo início da grande peregrinação dos jovens pelos continentes, em nome de Jesus Cristo. E não foi por acaso que se realizou em Lisboa, uma cidade virada para o oceano, cidade-símbolo das grandes explorações marítimas.

Assim, na Jornada mundial da juventude o Evangelho propôs aos jovens o modelo da Virgem Maria. No momento mais crítico para ela, [Maria] vai visitar a sua prima Isabel. Diz o Evangelho: «levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39) gosto muito de invocar Nossa Senhora sob este aspeto: Nossa Senhora “apressada”, que sempre faz as coisas apressadamente, nunca nos faz esperar, pois Ela é a mãe de todos. Assim hoje, no terceiro milénio, Maria guia a peregrinação dos jovens no seguimento de Jesus. Como fez há um século em Portugal, em Fátima, quando se dirigiu a três crianças, confiando-lhes uma mensagem de fé e de esperança para a Igreja e para o mundo. Por isso, na JMJ, voltei a Fátima, ao lugar da aparição, e juntamente com alguns jovens doentes rezei para que Deus cure o mundo das doenças da alma: soberba, mentira, inimizade, violência – são doenças da alma e o mundo está doente destas enfermidades. E renovámos a nossa consagração, da Europa, do mundo ao Coração de Maria, ao Imaculado Coração de Maria. Rezei pela paz, pois há muitas guerras em todas as partes do mundo, demasiadas.

Os jovens de todo o mundo foram a Lisboa muito numerosos e com grande entusiasmo. Encontrei-me com eles inclusive em pequenos grupos, e alguns com muitos problemas; o grupo dos jovens ucranianos traziam histórias que eram dolorosas. Não eram férias, nem uma viagem turística e muito menos um evento espiritual por si só; a Jornada da juventude é um encontro com Cristo vivo através da Igreja. Os jovens vão encontrar Cristo. É verdade, onde há jovens há alegria e um pouco de todas as coisas.

minha visita a Portugal, por ocasião da JMJ, beneficiou do clima festivo dela, onda de jovens. Dou graças a Deus por isso, pensando sobretudo na Igreja de Lisboa que, em troca do grande esforço feito para a organizar e acolher, receberá novas energias para prosseguir o novo caminho, para lançar de novo as redes com paixão apostólica. Os jovens em Portugal já são uma presença vital, e agora, depois desta “transfusão” recebida das Igrejas de todo o mundo, tornar-se-ão ainda mais. E muitos jovens, no regresso, passaram por Roma, estou a vê-los também aqui, há alguns que participaram nesta Jornada. Ei-los! Onde estão os jovens há barulho, sabem fazer isto bem!

Enquanto na Ucrânia e noutros lugares do mundo há combates, e enquanto em certos salões escondidos se planeia a guerra – isto é terrível, planear a guerra! –  a JMJ mostrou a todos que outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos flutuam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas! A mensagem dos jovens foi clara: será ouvida pelos “grandes da terra”? Pergunto-me, ouvirão este entusiasmo juvenil que deseja paz? É uma parábola para o nosso tempo, e ainda hoje Jesus diz: «Quem tem ouvidos, ouça! Quem tem olhos, veja!». Esperemos que todo o mundo escute esta Jornada da Juventude e olhe para esta beleza dos jovens indo em frente.

Expresso novamente a minha gratidão a Portugal, a Lisboa, ao Presidente da República, que esteve presente em todas as celebrações, e às demais Autoridades civis; ao Patriarca de Lisboa – que trabalhou muito bem! – ao Presidente da Conferência Episcopal e ao Bispo coordenador da Jornada mundial da juventude, a todos os colaboradores e voluntários. Pensai que os voluntários – encontrei-me com eles no último dia, antes de voltar – eram 25 mil: esta jornada teve 25 mil voluntários! Obrigado a todos! Por intercessão da Virgem Maria, o Senhor abençoe os jovens do mundo inteiro e abençoe o povo português. Peçamos juntos a Nossa Senhora, todos juntos, para que Ela abençoe o povo português.

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