O ex-reitor da basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), padre Robson de Oliveira Pereira fará parte da diocese de Mogi das Cruzes (SP), comunicou o bispo, dom Pedro Luiz Stringhini em nota. Segundo o bispo, padre Robson “solicitou sua saída da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), em conformidade com o cânon 691 do Código de Direito Canônico, para futura integração ao clero diocesano”. O sacerdote fará uma experiência de três anos na diocese. Dom Pedro Luiz pediu “ao clero e demais fiéis” que “fraternalmente” o acolham.

Padre Robson de Oliveira estava afastado de suas funções religiosas há quase três anos pelo então arcebispo de Goiânia (GO), dom Washington Cruz. O Ministério Público de Goiás denunciou o padre por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade (GO), da qual o padre era fundador e presidente. Em agosto de 2020, as denúncias resultaram na ‘Operação Vendilhões’, que apurou o desvio de R$ 2 bilhões ao longo de dez anos para a construção da nova basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade.

Em novembro de 2021, a Polícia Federal (PF) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a prisão preventiva do padre Robson, por causa de uma gravação que indicaria compra de sentença favorável ao padre na Justiça de Goiás. Em abril de 2022, o STJ arquivou definitivamente o processo contra o padre.

Ontem (3), padre Robson de Oliveira usou suas redes sociais para dizer que seu “silêncio canônico, bem como a suspensão de ordem” imposta pelos seus superiores foi encerrada “formalmente”. Segundo o ex-redentorista, o procedimento canônico “foi aberto há um ano atrás”, e “foi declarado extinto definitivamente por ordem do Superior Geral de Roma”.

Em sua mensagem gravada ontem (3), padre Robson disse que foi “considerado totalmente inocente na justiça comum dado o absurdo das acusações”.  Segundo ele, a “não foi só uma questão processual”. “A Justiça percebeu que as acusações feitas não casavam com a realidade e que todos os valores arrecadados na Afipe continuaram na Afipe” e “ foram muito bem aplicados segundo os interesses da entidade”.

“Eu fui inocentado por unanimidade em todas as instâncias e o processo já transitou em julgado há mais de um ano e meio”, disse o padre.

 

 

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