“Na missa de abertura entendi o propósito real, como Cristo é lindo e como o amor de Deus transforma, e transforma em todas as línguas”, disse Deise, de Brasília (DF), no Rise Up conduzido pelo arcebispo de sua cidade, cardeal Paulo Cezar Costa, na Jornada Mundial da juventude JMJ Lisboa 2023. “Por mais que tudo seja muito divertido, não nos esqueçamos de Cristo e de Nossa Senhora. E que consigamos levar isso para fora, para que nosso testemunho possa converter outras pessoas”, disse Deise.

O Rise Up, que nesta edição da JMJ substitui a catequese, “é um formato que quer dar voz ao jovem, deixar o jovem colocar suas experiências. Isso é uma riqueza, a riqueza de você propor, mas também de ouvir”, disse dom Paulo Cezar à ACI Digital. “Acho que a partir da diversidade de experiências, sair caminhos concretos de cada dia de catequese, hoje no segundo dia sobre a questão da solidariedade universal, daquilo que o papa Francisco fala na [encíclica] Fratelli tutti, em que somos chamados a construir um mundo de irmãos. É partilhando, conversando, é deixando-se iluminar pela Palavra de Deus que vamos buscando novos caminhos de fraternidade”.

O tema de hoje (3), segundo dia de Rise Up, foi a “amizade social”, conceito que o papa Francisco introduziu com a Fratelli tutti. Ontem o tema era a “ecologia integral’, ideia concebida pelo papa na encíclica Laudato sí. Amanhã, o tema será misericórdia “que pode ser encontrado, por exemplo, na Evangelii gaudium, primeira encíclica do papa Francisco” diz a instrução sobre Rise ups publicada pela Vatican News, serviço de informações da Santa Sé.

Os três temas são o “caminho que o papa Francisco está propondo para a Igreja”, disse dom Paulo. “Claro que olhamos para todos esses caminhos como homens de fé, como mulheres de fé, como jovens de fé, percebendo que nós preservamos a ecologia, mas porque, para nós, toda criação é dom de Deus”.

“Na Fratelli tutti, papa Francisco nos convida a olhar para o lado e perceber que do lado está um irmão, uma irmã”, continuou o cardeal. “A fé nos mostra que o outro ser humano que está do nosso lado não é um inimigo, alguém que devemos olhar como inimigo, mas um irmão, alguém com o qual somos chamados a construir uma fraternidade. Assim, construirmos um dia diferente, um mundo de irmãos”.

Na discussão sobre misericórdia do terceiro dia “somos chamados a perceber que Deus é um Pai misericordioso, amoroso, um Pai que quer que vivamos reconciliados conosco mesmo e que vivamos reconciliados entre nós”.

No Rise Up a que dom Paulo esteve presente reuniram-se cerca de 300 pessoas na paróquia do Imaculado Coração de Maria, em Vila de Figueira, diocese de Setúbal. A maioria dos presentes era do Brasil, mas havia peregrinos de Portugal, Moçambique, Bolívia e Peru.

Depois da leitura do Evangelho sobre as Bodas de Caná, dom Paulo fez uma breve reflexão seguida de alguns minutos de silêncio. Em seguida algumas pessoas deram testemunhos de suas experiências.

Gabriel, de 19 anos, de Limeira (SP) manteve-se em dois empregos para conseguir ir à JMJ Lisboa 2023. Seu dia de trabalho ia das 6h às 23h.

Um dia, voltando da hamburgueria, que era seu segundo emprego, às 23h30, dormiu ao volante. Seu carro saiu da pista em direção a duas árvores e à frente havia um poste. Gabriel contou no Rise Up que não sabe como, mas conseguiu passar entre as árvores e desviar do poste. “Era para ter passado entre as árvores e acertado um poste, mas consegui passar”, disse. “Foi meu anjo da guarda”.

Gabriel perdeu seus dois empregos “mas, estou aqui e é o que importa”, disse. “Na missa de abertura, eu não entendia nada, cada um falando em uma língua. Mas, sabia que era a língua do amor, sabia que ali era um Pentecostes e foi maravilhoso”.

 

 

 

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