"Entre os anos de 2022 e 2023, 65 freiras foram expulsas e seis de diferentes congregações religiosas foram proibidas de entrar" na Nicarágua, denunciou no sábado (29) a advogada Martha Patricia Molina, membro do Conselho Editorial do jornal La Prensa e autora do relatório "Nicarágua, uma Igreja Perseguida", que relata mais de 500 ataques contra a Igreja no país desde 2018.

Segundo Molina, um total de 10 congregações religiosas no país foram afetadas, entre elas: Dominicanas da Anunciata, Missionárias da Caridade, Monjas Trapistas, Religiosas da Cruz do Sagrado Coração, Irmãs Pobres de Jesus Cristo da Nicarágua.

“Por questões de segurança não vou citar as demais congregações (5) porque já sabemos que o governo é capaz de tudo. As freiras têm sido expulsas na sua maioria com violência psicológica”, lamentou através das suas redes sociais.

Molina disse que quatro padres de diferentes dioceses e várias freiras lhe disseram que o número de 71 freiras vítimas da repressão é maior do que o registrado em seu estudo "Nicarágua, uma Igreja perseguida?", onde são mencionadas só 32 religiosas expulsas.

“Dizem-me que neste momento é difícil encontrar uma congregação com irmãs estrangeiras porque todas foram expulsas”, lamentou.

A advogada acrescentou que suas fontes no país disseram "que as freiras nicaraguenses que quiseram voltar ao país, para preencher o espaço das estrangeiras que foram expulsas, foram impedidas de entrar".

“Não descobrimos a quantidade exata porque a maioria das congregações decidiu guardar silêncio e oferecer esse martírio pela conversão dos ditadores da Nicarágua e daqueles que trabalham para eles”, concluiu.

O último ato repressivo do Estado contra uma congregação de freiras ocorreu no início de julho, quando o governo da Nicarágua cancelou a personalidade jurídica e confiscou os bens das Irmãs da Fraternidade Pobres de Jesus Cristo, em cujo convento a polícia entrou para expulsá-las.

Este ataque ocorreu um ano após a expulsão de um grupo de Missionárias da Caridade, congregação fundada por santa madre Teresa de Calcutá, que foram acolhidas na diocese de Tilarán-Libéria, na Costa Rica.

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