O padre Lukasz Orlowski, nascido na Polônia e ordenado em maio deste ano, contou como exerce o seu ministério junto à comunidade católica e como membro da EWTN Ucrânia numa zona de guerra em Kiev, a capital do país.

“Sinto que Cristo precisa de mim para anunciar alguma esperança ali, especialmente para as pessoas que às vezes carecem dela. Sinto que há uma grande necessidade de esperança. Nas homilias, durante as confissões, sinto que minha missão é mostrar-lhes que Jesus está com eles", disse ele em entrevista ao EWTN News Nightly, programa da EWTN, grupo de comunicação católico ao qual pertence a ACI Digital, transmitido em 21 de julho.

O padre, membro dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, contou que muitas vezes tem que se aproximar e apoiar mulheres cujo cônjuge está na linha de frente da batalha ou até mesmo filhos cujos pais estão lutando contra o exército russo, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.

“Alguns dos homens estão lutando na fronteira e é por isso que, por exemplo, as crianças ainda têm medo de que o pai não volte. As famílias estão sofrendo com essa guerra”, acrescentou.

No dia de sua ordenação, 27 de maio de 2023, o provincial dos Oblatos da Polônia, padre Marek Ochlak, decidiu que o padre Orlowski teria a missão de servir como missionário para sua congregação em Kiev.

Depois, o padre se juntou à família EWTN Ucrânia, e foi no estúdio de televisão da rede que deu sua primeira bênção aos fiéis.

“Na EWTN, transmitimos a missa de nossa capela/estúdio de TV de segunda a sexta. Aqui, junto com meus irmãos, celebro a Santa Missa e prego a Palavra de Deus”, disse sobre seu ministério diário.

“Junto com os nossos telespectadores, também pedimos por todas as suas necessidades durante o terço, que rezamos conectando-nos à transmissão do Santuário de Lourdes. Juntos também criamos vídeos curtos com reflexões sobre o Evangelho ou rezamos por uma necessidade específica”, relatou.

O padre também participa na transmissão de eventos importantes da vida da Igreja na Ucrânia.

A situação crítica na Ucrânia

A secretária-geral adjunta para Assuntos Políticos das Nações Unidas (ONU), Rosemary DiCarlo, disse na segunda-feira (21), que depois de mais de 500 dias desde o início da invasão russa, a vida na Ucrânia continua um "inferno".

Segundo o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, 9.287 civis foram mortos e 16.384 feridos.

Segundo relatórios, a Ucrânia foi o país com o maior número de crianças mortas e mutiladas em 2022. Até o momento, houve 537 mortes de crianças e 1.117 feridas.

“São apenas números confirmados. O número real de vítimas provavelmente será consideravelmente maior”, disse DiCarlo, acrescentando que “nenhum lugar é seguro” no país.

Somente na última semana, houve ataques de bombardeios russos nas cidades de Kramatorsk, Kiev, Odesa e Lviv, e em algumas áreas da região de Sumy e Orikhiv.

Sobre a situação do povo ucraniano em Kiev, o padre Orlowski disse que, embora a “situação pareça bastante calma vista de fora”, quando se olha “mais fundo, veremos que as pessoas estão constantemente estressadas”.

“Isso porque muitas famílias estão divididas. Algumas delas ainda estão no exterior e não podem voltar", disse.

Confira também:

Mais em