Para o bispo de Ji-Paraná (RO), dom Norbert Förster, S.V.D, “se a Igreja tornasse o celibato opcional, provavelmente haveria mais padres que realmente o viveriam por convicção, em vez de apenas ter que suportá-lo para se tornar padre”.

Dom Norberto, nascido na Alemanha, falava em entrevista ao site Katholisch.de, da Alemanha, sobre questões propostas pelo Sínodo da Amazônia, de 2019, como celibato opcional e ordenação de diaconisas. O papa Francisco não acatou nenhuma das sugestões.

“Como bispos, estaríamos muito abertos à ordenação de mulheres como diaconisas”, disse dom Norberto, que é bispo de Ji-Paraná desde 2020.

Para dom Norberto, porém, “tudo acontece com a desconfiança de alguns jovens padres extremamente conservadores que temos aqui na diocese”.

“Eles são contra Francisco, contra a sinodalidade e contra ir com o povo de Deus”, disse.

“Existem até padres jovens que simplesmente queimam os documentos que nós, como bispos, escrevemos e não os entregam aos fiéis. Eles não vão a essas reuniões porque os leigos estão presentes e têm uma palavra a dizer. Mas também existem outros grupos políticos e religiosos extremamente conservadores que influenciam muita gente através das redes sociais e assim destroem o espírito profético”.

Ao falar sobre as mudanças ocorridas na Igreja após o sínodo da Amazônia, dom Norberto disse que “o que o sínodo enfatizou fortemente foi a questão ecológica, o empoderamento dos povos indígenas e o empoderamento das comunidades eclesiais indígenas”.

“Isso agora é muito central no planejamento pastoral das dioceses. No entanto, ainda existem muitos conflitos culturais entre os indígenas e a população branca, bem como a destruição e exploração da floresta tropical. A Igreja ainda ainda tem muito trabalho pela frente”, acrescentou.

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