O papa Francisco decidiu unir as fundações “Justiça e Paz” e “O Bom Samaritano” sob o nome de “Fundação Van Thuân”, em homenagem ao cardeal vietnamita que passou 13 anos na prisão sob o regime comunista que devastou seu país natal em 1975.

A decisão do papa Francisco sobre as duas fundações vinculadas ao Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral foi comunicada por um rescriptum ex audientia publicado hoje (25), pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

A Fundação Justiça e Paz foi criada por Bento XVI em 2007 e sua principal função era “apoiar iniciativas destinadas a realizar obras humanitárias nos países em desenvolvimento para a promoção das populações pobres”. A fundação colaborou ativamente na causa de beatificação do cardeal vietnamita.

A Fundação “O Bom Samaritano” foi criada por são João Paulo II em 12 de setembro de 2004 para ajudar a combater doenças como AIDS, malária e tuberculose, especialmente na África.

O cardeal François-Xavier Nguyên Van Thuân nasceu em Hue, Vietnã, em 17 de abril de 1928. Foi bispo de Nhatrang por oito anos e, por alguns meses, bispo coadjutor de Saigon. Em 23 de abril de 1975, o exército comunista tomou a cidade de Saigon e assumiu o controle do estado.

Depois que os comunistas chegaram ao poder, dom Van Thuân foi preso no dia 15 de agosto de 1975, dia da Assunção de Nossa Senhora, acusado de fazer parte de uma conspiração entre o Vaticano e o imperialismo para organizar a luta contra o regime comunista.

Durante os anos em que esteve preso, o bispo aproveitou para seguir o exemplo de são Paulo e escrever cartas aos fiéis. Ele também despertou o apreço de seus sequestradores, aos quais ensinou línguas.

Após 13 anos de prisão, nove dos quais passados ​​em regime de isolamento, foi libertado e exilado do país. Ele chegou a Roma e começou a trabalhar na Cúria Romana. Em 1998 foi nomeado presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz.

Na Quaresma do ano 2000 foi convidado por são João Paulo II para pregar os exercícios espirituais da Cúria vaticana. Quando João Paulo II o recebeu em particular para felicitá-lo por sua aposentadoria, o arcebispo lhe disse: “Há 24 anos eu celebrava a missa com três gotas de vinho e uma gota de água na palma da mão. Nunca teria pensado que o Santo Padre me receberia assim. Quão grande é o nosso Senhor, e quão grande é o seu amor!”

Em fevereiro de 2001 foi nomeado cardeal pelo papa João Paulo II. Ele morreu de câncer em 16 de setembro de 2002.

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