A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou um comunicado ontem (12) em resposta a uma nova reportagem sobre o caso de Emanuela Orlandi, cidadã do Vaticano que desapareceu em 22 de junho de 1983 aos 15 anos.

O comunicado diz que “o escritório do promotor de Justiça está cooperando ativamente com as autoridades italianas competentes. Precisamente com este espírito, em 19 de abril passado, os magistrados vaticanos entregaram reservadamente à Itália, sob o sigilo da investigação, a documentação disponível relativa ao caso, incluindo aquela coletada nos meses anteriores durante a fase da instrução”.

“A Santa Sé compartilha o desejo da família de chegar à verdade sobre os fatos e, para isso, espera que sejam exploradas todas as hipóteses de investigação”, continua o texto.

Embora não mencione, o comunicado responde a uma nova reportagem da emissora de TV italiana La7, que vincula o desaparecimento de Emanuela Orlandi a um tio dela.

A reportagem diz que o promotor do Vaticano entregou a seu par em Roma a troca epistolar de 1983 entre o então secretário de Estado, o cardeal Agostino Casaroli, e um padre que tinha sido conselheiro espiritual da família Orlandi.

Segundo o que foi divulgado por La7 e apurado por Infobae, com a carta se teria buscado a confirmação de que Natalina, irmã mais velha de Emanuela, teria sido vítima de abuso sexual por parte de seu tio, Mario Meneguzzi, já morto.

A reportagem diz que Natalina teria confessado ao padre os abusos do tio, mas não falou sobre o assunto para não perder o emprego no refeitório da Câmara dos Deputados, administrado por ele.

O comunicado da Santa Sé diz a respeito: “À luz da notícia envolvendo um parente de Emanuela, especifica-se que a correspondência em questão indica expressamente que não houve violação do sigilo sacramental da confissão”.

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Em entrevista coletiva, o irmão de Emanuela, Pietro Orlandi, e sua irmã Natalina disseram que "o Vaticano procura rejeitar qualquer forma de responsabilidade".

Em 22 de junho, o promotor de Justiça do Estado da Cidade do Vaticano, Alessandro Diddi, informou que havia enviado a ata da investigação do caso Orlandi à promotoria de Roma e disse que existem pistas para uma investigação mais profunda.

Em janeiro de 2023, a Santa Sé anunciou a reabertura do caso que havia sido encerrado em abril de 2020 sem resultados.

A decisão da Santa Sé atendeu aos repetidos pedidos do irmão de Emanuela, Pietro Orlandi, que durante essas quatro décadas liderou uma campanha para solucionar o misterioso desaparecimento de Emanuela.

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