A próxima Jornada Mundial da Juventude, que vai acontecer em Lisboa de 1º a 6 de agosto, terá um stand dedicado ao carioca Guido Schäffer, conhecido como o “anjo surfista” e declarado venerável em 20 de maio passado.

Guido morreu em 2009, aos 34 anos, na praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro (RJ). Sua fama de santidade logo se espalhou entre os fiéis e a causa de beatificação foi aberta em 2015.

A ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, conversou em Roma com monsenhor Alberto Royo Mejía, promotor da fé no Dicastério para as Causas dos Santos, sobre a importância de que os jovens de hoje possam contar com essas figuras atuais e próximas para servir de exemplo em seu caminho de santidade.

Para monsenhor Royo, Guido Schäffer “é uma figura muito próxima, uma figura que pode atrair muito os jovens”.

Segundo Royo Mejía, a vida de Guido sempre girou em torno de Jesus Cristo, por isso “nos fala de uma proximidade e de uma santidade possível”.

“Estávamos acostumados antigamente a ver os santos em pinturas; depois começamos a ver os santos em fotografias, depois em fotografias a cores e agora vemos até no YouTube, em vídeo, temos vídeos atuais dos santos”, disse Royo Mejía, que também é doutor em Direito Canônico e padre da diocese de Getafe, Madri, Espanha.

"Isso é essencial para as pessoas hoje, porque os modelos clássicos de uma vida sempre são válidos, mas as pessoas precisam de algo um pouco mais próximo."

Para monsenhor Royo, “perseverar na vida cristã não é fácil, porque a tentação do mundanismo de que fala muito o papa Francisco é uma tentação muito forte. O mundanismo entra em você em todos os lugares, pelas redes sociais, pela mídia, pelos influenciadores, todas essas coisas... a pressão é muito forte”.

No entanto, ele disse que "Jesus Cristo, mesmo sendo -como foi dito- o maior influenciador de toda a história, em certo sentido, humanamente falando, ele brilha menos do que todas essas luzes que se apresentam hoje, que parecem brilhar muito e que depois, na hora da verdade, é um brilho que dura muito pouco, um brilho de muito pouco valor, mas que atrai muito as pessoas”.

“Portanto, ver figuras próximas, contemporâneas e também parecidas com a forma como a maioria das pessoas vive, é muito bom para elas”, disse.

O padre espanhol falou destes santos "próximos" como uma inspiração para os jovens: "No final das contas, você diz: 'este aqui foi, talvez eu também possa ser!’”.

"Já passei dos 15 anos, não posso mais ser como Carlo Acutis, mas talvez possa ser como Guido Schäffer, e se você for um pouco mais velho, bem, pode ser como alguém um pouco mais velho".

“É belo ver que em todas as idades se pode responder ao Senhor com plenitude, que é o que chamamos de santidade”, concluiu.

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