O governo da Nicarágua cancelou a personalidade jurídica e confiscou os bens de uma congregação de freiras expulsas no fim de semana.

O Ministério do Interior tomou a medida ontem (4) contra a Fundação Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo, segundo a mídia nicaraguense Artículo 66.

O regime alega que a congregação "não cumpriu com suas obrigações" ao não informar suas últimas demonstrações financeiras e ter "expirado" o conselho de administração desde fevereiro de 2021.

O ministério informou que agora cabe à Procuradoria Geral da República transferir os bens da congregação, incluindo o convento, para o nome do Estado.

"A medida tomada contra as freiras é arbitrária, e agora acrescentaram o confisco de seus bens imóveis", disse Martha Patricia Molina, pesquisadora e autora do relatório "Nicarágua, uma Igreja perseguida?”

Molina disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que "a Constituição da Nicarágua proíbe o confisco, mas isso já se tornou uma prática comum durante a ditadura, assim como foi na década de 1980".

Na noite de domingo (2), a polícia invadiu o convento das freiras, que foram expulsas. As irmãs foram para El Salvador, onde continuarão sua missão de servir aos mais necessitados.

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As Irmãs da Fraternidade Pobre de Jesus Cristo chegaram à Nicarágua em 2016, vindas do Brasil, onde foram fundadas pelo padre Gilson Sobreiro. Elas também estão presentes em países como Costa Rica, Guatemala e El Salvador.

Esse novo ataque do regime de Ortega contra as freiras ocorre um ano após a expulsão de um grupo das Missionárias da Caridade, a congregação fundada pela madre Teresa de Calcutá, que foram acolhidas na diocese de Tilarán-Liberia, na Costa Rica.

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