O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, abençoou na Itália a escultura "Deixai livres os oprimidos", do artista canadense Timothy Schmalz. A obra representa santa Josefina Bakhita, padroeira das vítimas do tráfico de pessoas.

A escultura foi inaugurada na quinta-feira (29) em frente à igreja de São Francisco de Assis em Schio, por ocasião da festa de São Pedro Apóstolo, padroeiro da cidade.

Segundo um comunicado de imprensa, a obra “evoca a figura de santa Josefina Bakhita com a intenção de conscientizar sobre o problema do tráfico de pessoas”.

Durante seu discurso, o cardeal Parolin disse que além da escravidão física sofrida pelas vítimas do tráfico representadas na escultura, muitas pessoas também podem se identificar com ela: "Porque acredito que todos temos uma escravidão da qual devemos nos libertar".

"E sabem qual é? É fecharmos em nós mesmos. O individualismo que nos impede de cuidar dos outros, como deveríamos (...). Somente se nos libertarmos dessa escravidão seremos verdadeiramente capazes de ajudar os outros", disse.

A escultura, com mais de seis metros de comprimento, mostra santa Josefina abrindo a tampa de um bueiro de onde saem pessoas que representam diferentes formas de tráfico. A obra tem o objetivo de mostrar que esse problema existirá enquanto continuar oculto.

A vida de santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita nasceu no Sudão por volta de 1869, e aos 6 ou 7 anos foi capturada por alguns traficantes de escravos árabes que a venderam ao primeiro de vários senhores que teria ao longo de sua vida, sendo o quarto um homem extremamente cruel.

Em 1884 Josefina chegou à Itália acompanhando seu quinto amo e um amigo dele, Augusto Michieli. Este último se tornou seu novo “dono” e a levou para morar com a sua família.

Bakhita trabalhava como babá em sua nova casa e tornou-se amiga íntima da filha da família, Minnina. Recebeu o Batismo, a Primeira Comunhão e a Crisma. Anos depois, ambas ingressariam no noviciado do Instituto das Irmãs da Caridade de Veneza. Em 7 de dezembro de 1893, aos 38 anos de idade.

Sempre modesta e humilde, ela manteve uma fé firme em seu interior. Bakhita morreu em 8 de fevereiro de 1947 em Schio, reunindo milhares de pessoas durante seu funeral.

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