“Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu, historicamente, a combater”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo, em Brasília. O 26º Encontro do Foro de São Paulo que reúne líderes de partidos e organizações de esquerda da América Latina, começou no dia 29 de junho e encerrou-se ontem (2) com o lema: “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”.

Lula ainda afirmou que a esquerda precisava rediscutir o seu discurso e repensar o que quer, pois, “muitas vezes, a direita tem mais facilidade” do que a esquerda com “um discurso fascista” sobre família e patriotismo.  

A ACI Digital procurou a Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre a afirmação de Lula que é preciso enfrentar “o discurso da família” no Brasil, mas a Comissão respondeu que não iria “comentar esse tema”.

Lula também enfatizou no evento que a esquerda é vista “pela extrema-direita fascista, nem do Brasil, nem do mundo, como organizações democráticas”.

“Eles nos tratam como se nós fôssemos terroristas. Eles nos acusam de comunistas, como se nós ficássemos ofendidos com isso”, disse Lula. “Nós ficaríamos ofendidos se nos chamasse de nazista, neofascista, de terrorista. Mas, de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes. E, muitas vezes, nós sabemos que merecemos isso”, frisou Lula.

O Foro de São Paulo é uma organização que integra partidos de esquerda da América Latina e foi criado em julho de 1990 em São Paulo, por Lula e pelo então ditador de Cuba, Fidel Castro, com o objetivo de reunir “partidos, movimentos e organizações de esquerda” a refletirem sobre os “acontecimentos após a queda do Muro de Berlim, o Consenso de Washington e também para discutir os rumos sob a ótica da esquerda da América Latina e Caribe”.

Segundo o site do Partido dos Trabalhadores (PT), o Foro de São Paulo tem atualmente 123 partidos em 27 países. Seus encontros acontecem anualmente e “suas ações são baseadas em quatro princípios fundamentais: Democracia e Autodeterminação; Integração Regional e Soberania; Anti-imperialista e Antineoliberal e Unidade e Solidariedade”.

 

 

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