“No caminho da santidade, que é o caminho cristão, os pobres e os marginalizados são protagonistas e uma pessoa não pode progredir na santidade, se não se dedicar também a eles”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (28), na praça de São Pedro, no Vaticano. 

O papa Francisco dedicou a catequese de hoje a santa Mary MacKillop, que dedicou a vida à formação dos pobres na Austrália. "A fé em Cristo, que tantos emigrantes europeus levaram para aquelas terras, depressa criou raízes e deu frutos abundantes”, disse o papa. 

“Entre eles, uma religiosa extraordinária, Santa Mary MacKillop (1842-1909), fundadora das Irmãs de São José do Sagrado Coração, que dedicou a sua vida à formação intelectual e religiosa dos pobres na Austrália rural”.

O papa disse que a santa se sentiu chamada por Deus muito jovem “para servi-lo e a testemunhá-lo não apenas com palavras, mas sobretudo com uma vida transformada pela presença de Deus”.

Para santa Mary MacKillop, a melhor forma de fazê-lo era “através da educação dos jovens, consciente de que a educação católica é uma forma de evangelização”.

Por isso fundou várias escolas, especialmente para os pobres e marginalizados da Austrália. “E isto é muito importante: no caminho da santidade, que é o caminho cristão, os pobres e os marginalizados são protagonistas e uma pessoa não pode progredir na santidade, se não se dedicar também a eles, de um modo ou de outro”, disse o papa.

O papa disse que “não há santidade se, de um modo ou de outro, não houver cuidado para com os pobres, os necessitados, aqueles que estão um pouco à margem da sociedade”.

Segundo o papa, “esta preocupação com os pobres e os marginalizados levou Mary a ir aonde outros não queriam, ou não podiam ir”.

Em 19 de março de 1866, a santa australiana abriu a primeira escola em um pequeno subúrbio no sul da Austrália. “Seguiram-se muitas outras, que ela e as suas religiosas fundaram em comunidades rurais da Austrália e da Nova Zelândia. Multiplicaram-se, pois o zelo apostólico faz isto: multiplica as obras”, disse o papa Francisco.

Para o papa, a finalidade da educação é o desenvolvimento da pessoa e que "não consiste em encher a cabeça de ideias", mas sim "acompanhar e encorajar os alunos ao longo do caminho do crescimento humano e espiritual, mostrando-lhes como a amizade com Jesus Ressuscitado dilata o coração, tornando a vida mais humana”.

“Educar significa ajudar a pensar bem: a sentir bem - a linguagem do coração - e a fazer bem - a linguagem das mãos. Esta visão é plenamente atual, quando sentimos a necessidade de um ‘pacto educativo’, capaz de unir as famílias, as escolas e a sociedade inteira”.

Ele também disse que santa Mary MacKillop tinha grande fé na Providência de Deus: "estava sempre confiante de que, em qualquer situação, Deus provê".

A santa "não desistiu nos momentos de provação e de escuridão, quando a sua alegria foi amortecida pela oposição e rejeição”.

“Eis o segredo do zelo apostólico: uma relação contínua com o Senhor”, disse o papa.

Francisco pediu que o exemplo missionário de santa Mary MacKillop "inspire todos nós, hoje, que somos chamados a ser fermento do Evangelho nas nossas sociedades em rápida transformação ".

“Que o seu exemplo e a sua intercessão apoiem o trabalho diário dos pais, dos professores, dos catequistas e de todos os educadores, para o bem dos jovens e para um futuro mais humano e cheio de esperança”, concluiu o papa Francisco.

Durante a saudação aos peregrinos, o papa agradeceu “o apoio na oração que senti durante a minha estadia no hospital e todos os dias que recebo no meu ministério apostólico”.

Ele também disse que no domingo passado Madre Elisa Martínez foi beatificada no Santuário de Santa Maria de Leuca, Itália, que dá nome à Congregação que ela fundou e pediu aplausos para a nova beata.

Amanhã (29), celebra-se a solenidade dos santos Pedro e Paulo e o papa pediu “que o exemplo e a proteção destes dois apóstolos sustentem cada um de nós no seguimento de Cristo”.

"À sua intercessão confiamos o querido povo ucraniano, para que logo encontre a paz: há muito sofrimento na Ucrânia, não nos esqueçamos disso", concluiu o papa Francisco.

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As Audiências Gerais do papa Francisco estarão suspensas de 1º de julho a 9 de agosto por causa das férias.

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