Os senadores americanos Bill Cassidy, republicano da Louisiana, e Tim Kaine, democrata da Virgínia, apresentaram um projeto de lei em favor dos 222 prisioneiros políticos que foram deportados para os EUA pelo governo de Daniel Ortega e de sua mulher Rosario Murillo na Nicarágua.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira (21), se a "Lei de apoio aos presos políticos da Nicarágua" for aprovada, eles poderão ter acesso a "serviços básicos oferecidos pelo Gabinete de Reassentamento de Refugiados". 

"Esses nicaraguenses são líderes políticos que ousaram desafiar o ditador assassino e tentar destituí-lo", disse o senador Cassidy.

O senador Kaine disse: "A decisão do governo nicaraguense de deter injustamente, torturar e depois expulsar para os Estados Unidos 222 nicaraguenses que se manifestaram contra o regime de Ortega é abominável".

"Esse projeto de lei bipartidário ajudará a dar a esses corajosos nicaraguenses a assistência de que precisam para se estabelecerem nos Estados Unidos, onde se unirão a gerações de americanos que chegaram a nossas costas depois de enfrentarem perseguição em todo o mundo", disse.

"Fomos arbitrariamente banidos da Nicarágua, privados de nossa nacionalidade, e isso torna muito difícil para nós continuarmos nosso trabalho de defesa da democracia e dos direitos humanos", disse Felix Maradiaga, ex-candidato à presidência da Nicarágua exilado nos EUA, ontem (22) à EWTN News, do grupo EWTN, ao qual pertence a ACI Digital.

"Essa iniciativa nos concederia de forma acelerada o status de refugiado segundo a lei de imigração dos EUA, especificamente no Título 207 dessa lei", disse ele.

Esse projeto, continuou ele, "é uma forma de contribuir para a luta pela democracia na Nicarágua e dar a esse grupo de defensores dos direitos humanos e ex-presos políticos a possibilidade de uma rota de migração acelerada".

"Lembremos que um grupo já aceitou a oferta da cidadania espanhola, mas outras pessoas que não tomaram o caminho da cidadania espanhola terão essa alternativa como um mecanismo de formalização", concluiu.

Em 10 de fevereiro deste ano, 222 presos políticos foram deportados da Nicarágua. O regime retirou-lhes a nacionalidade nicaraguense e recentemente confiscou seus bens no país.

No dia anterior, em 9 de fevereiro, dom Rolando Álvarez se recusou a fazer parte do grupo deportado e preferiu ficar na Nicarágua, acompanhando os presos políticos que ainda estão nas prisões do país.

Em 10 de fevereiro, ele foi injustamente condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, um dos mais graves ultrajes do governo de Daniel Ortega em sua contínua perseguição à Igreja.

Martha Patricia Molina, pesquisadora nicaraguense e autora do relatório "Nicarágua, uma Igreja Perseguida?", relata pelo menos 529 ataques do governo contra católicos no país desde 2018.

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