O Promotor de Justiça do Estado da Cidade do Vaticano, Alessandro Diddi, disse que "algumas pistas merecem uma investigação mais aprofundada" no caso Orlandi.

Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano, desapareceu em 1983 aos 15 anos. Nunca se soube o que aconteceu com ela. O caso, que parece envolver a máfia, foi tema do documentário na Netflix "Vatican Girl".

Hoje (22) a sala de imprensa da Santa Sé divulgou declarações de Diddi. O Gabinete do Promotor de Justiça coletou nos últimos meses "todas as provas disponíveis nas estruturas do Vaticano e da Santa Sé", disse o promotor. “Também provas através de conversas com as pessoas responsáveis por determinados cargos na época dos fatos”.

Segundo Diddi, o material foi examinado, "confirmando algumas pistas investigativas que merecem uma investigação mais aprofundada e toda a documentação relevante foi transmitida nas últimas semanas, ao Ministério Público de Roma, para que este possa examiná-la e seguir na direção que julgar mais apropriada”.

Em janeiro deste ano, a Santa Sé anunciou a reabertura do caso Orlandi, que havia sido encerrado em abril de 2020 sem resultados.

A decisão da Santa Sé atendeu a repetidos pedidos do irmão de Emanuela, Pietro Orlandi, que há quase 40 anos lidera uma campanha para resolver o caso.

O caso de Emanuela Orlandi

Os rumores sobre o desaparecimento desta adolescente envolvem membros da máfia, membros do clero e a Frente de Libertação Turca que exigia a libertação de Ali Agca, o turco que tentou matar são João Paulo II em 1981.

Em 2012, restos de esqueletos não identificados foram encontrados ao lado do túmulo do líder da máfia romana Enrico De Pedis, na basílica de Santo Apolinário. Os ossos não pertenciam a Emanuela.

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Em 2018, outros restos mortais de esqueletos foram encontrados no porão da nunciatura de Roma, mas as investigações determinaram que eram anteriores a 1964 e, portanto, anteriores ao nascimento de Emanuela.

Em março de 2019, a família recebeu uma carta anônima com a foto de um túmulo e a frase “procure onde o anjo indica”.

O local que apareceria na fotografia é no Cemitério Teutônico, dentro do Vaticano, e por isso pediram à Santa Sé para abri-lo. Os restos mortais não eram de Emanuela Orlandi e a investigação do caso foi encerrada em abril de 2020.

Em entrevista à televisão em 11 de abril, Pietro Orlandi, irmão de Emanuela, fez declarações polêmicas, consideradas pelo papa Francisco como "ofensivas e infundadas", acusando são João Paulo II não só de conduta imprópria, mas também de ter estado envolvido no caso e de ter procurado ocultá-lo.

Isso provocou uma série de reações, incluindo as de seu secretário pessoal por mais de 40 anos, o cardeal Stanislaw Dziwisz; os da Conferência Episcopal Italiana; os do Episcopado Polonês; e as do próprio papa Francisco.

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